segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Madonna volta a atacar!



A diva do pop esteve no tapete vermelho para promover na capital britânica a produção que narra a história da americana Wallis Simpson, cujo amor pelo rei Edward VIII levou este a renunciar ao trono inglês em 1936.
Na estreia britânica, Madonna estava ao lado dos atores James D'Arcy e Andrea Riseborough, dois dos protagonistas do filme, que recebeu duras críticas quando estreou no Festival de Veneza em setembro do ano passado.
Em declarações feitas pela cantora durante uma entrevista concedida a um programa da televisão britânica que será transmitido no final desta semana, Madonna admitiu que esteve a ponto de abandonar o projeto diante dos vários obstáculos que encontrou.
A rainha do pop se referiu a alguns dos impedimentos relacionados com direitos autorais de um livro sobre Wallis Simpson. "Eu pensava: 'o que estou fazendo aqui, escrevendo esta história? Será que a família real britânica me odiará por isso?'", revelou a cantora, acrescentando que, quando estava prestes a desistir, um encontro fortuito com um caminhão de mudança a fez mudar de ideia.
"Tocou a campanhinha e abri a porta de pijama. Não havia ninguém, mas vi um caminhão com o nome Mudanças Montague. E este era o nome de solteira de Wallis. E pensei: 'sto é um sinal'", relatou Madonna, que também antecipou que lançará um novo álbum em março com o nome MDNA.
Anteriormente, a artista, diretora do filme, já havia confessado aos meios de comunicação britânicos a pressão que sentia por levar esse filme, o segundo que dirige, às telas do Reino Unido "por tratar-se de um rei britânico".
A cantora considerou que "(o filme) foi rodado quase que totalmente no Reino Unido, é uma produção britânica, a maioria dos atores são britânicos e sei que os britânicos podem ser críticos duros, mas espero que eles gostem".
Em relação à vida pessoal, Madonna não descartou voltar ao altar. Após os casamentos com o ator Sean Penn e com o diretor de cinema Guy Ritchie, a americana reconheceu que, "de verdade", a ideia passa pela sua cabeça.

Encontros de Literatura

A OFICINA DE LEITURA E ESCRITA CRIATIVA reiniciará, a partir do dia 1º de fevereiro, os Encontros de Literatura (leitura e discussão de autores clássicos).

Onde: Av. Sandoval Arroxelas, Ponta Verde
Horário: Segunda-feira (das 20h às 22h)
Ou
Quarta-feira (das 19h às 21h)
Ou
Terça-feira (das 9h30m às 11h30m)
Valor: R$ 100,00 (cem reais mensais)

Orientação: Arriete Vilela (Escritora)

Contato:
arrietevilela@yahoo.com.br


Ler é multiplicar a vida.

sábado, 28 de janeiro de 2012

Aquela Vontade de Rir - Lulu Santos



Acontece que sei
Exatamente
Quando alguma coisa não está
Da altura da gente
Pensei em voltar pro Brasil voando de volta
Quis te telefonar chorando
E dizendo que não estava contente
Mas na janela tudo passa
Muito rapidinho o maior som o maior visual
Meu vizinho muita infra outra língua outro lado do mundo
E agora é aquela vontade de rir o tempo todo
Meus plenos poderes
Meus grandes momentos
Meus sentimentos mais serenos
Os mais singulares
Mudanças de pele
Sou meu contraveneno
Não vou menosprezar
As grandes esperanças
Vou ficar perto de você
Até ficarmos velhinhos
Os pedidos a Buda em todas as cerimônias do chá
Incluem o nosso par
Minhas rosas meus refrescos minhas sobremesas
Vivo a felicidade que vive na beleza
E o que há de independente o tempo todo
Eu sou um tipo bem-sucedido
Sou um antítodo antídoto
Meus plenos poderes
Meus grandes projetos
Meus sentimentos mais serenos
Os mais singulares
Mudanças de pele
Sou meu contraveneno
Acontece que sei
Exatamente
Quando alguma coisa no ar
Independe da gente
A vontade de rir o tempo todo solta
Eu sou um tipo bem-sucedido
Na rota
Do extremo oriente
Já pra casa do sol nascente
Sol nascente
Sol

Apenas Mais Uma de Amor - Lulu Santos



Eu gosto tanto de você
Que até prefiro esconder
Deixo assim ficar
Subentendido
Como uma idéia que existe na cabeça
E não tem a menor obrigação de acontecer
Eu acho tão bonito isso
De ser abstrato baby
A beleza é mesmo tão fugaz
É uma idéia que existe na cabeça
E não tem a menor pretenção de acontecer
Pode até parecer fraqueza
Pois que seja fraqueza então,
A alegria que me dá
Isso vai sem eu dizer
Se amanhã não for nada disso
Caberá só a mim esquecer
O que eu ganho, o que eu perco
Ninguém precisa saber
Eu gosto tanto de você
Que até prefiro esconder
Deixo assim ficar
Subentendido
Como uma idéia que existe na cabeça
E não tem a menor pretenção de acontecer
Pode até parecer fraqueza
Pois que seja fraqueza então,
A alegria que me dá
Isso vai sem eu dizer
Se amanhã não for nada disso
Caberá só a mim esquecer
E eu vou sobreviver...
O que eu ganho, o que eu perco
Ninguém precisa saber

Certas Coisas - Lulu Santos



Não existiria som
Se não houvesse o silêncio
Não haveria luz
Se não fosse a escuridão
A vida é mesmo assim,
Dia e noite, não e sim...

Cada voz que canta o amor não diz
Tudo o que quer dizer,
Tudo o que cala fala
Mais alto ao coração.
Silenciosamente eu te falo com paixão...

Eu te amo calado,
Como quem ouve uma sinfonia
De silêncios e de luz.
Nós somos medo e desejo,
Somos feitos de silêncio e som,
Tem certas coisas que eu não sei dizer...

A vida é mesmo assim,
Dia e noite, não e sim...

Cada voz que canta o amor não diz
Tudo o que quer dizer,
Tudo o que cala fala
Mais alto ao coração.
Silenciosamente eu te falo com paixão...

Eu te amo calado,
Como quem ouve uma sinfonia
De silêncios e de luz,
Nós somos medo e desejo,
Somos feitos de silêncio e som,
Tem certas coisas que eu não sei dizer...

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

ABBA lança nova música após 18 anos




O ABBA irá lançar uma nova canção 18 anos após a criação do álbum "The Visitors", que também terá novidades. "From A Twinkling Star To A Passing Angel" será incluída ao disco de 1981.
A nova versão do "The Visitors" também incluirá seis faixas bônus lançadas anteriormente e um DVD com imagens raras e inéditas, incluindo a performance da banda final, em dezembro de 1982.
O quarteto nunca voltou a se reunir em sua formação original, mas há rumores que sugerem um reencontro entre eles. Agnetha Fältskog, Björn Ulvaeus, Benny Andersson e Anni Lyngstad estão considerando uma reunião para relembrar os velhos tempos.

Tela Tudo recebe O Beijo da Mulher Aranha neste sábado





Direção: Hector Babenco
120 min, 1985, Brasil-Estados Unidos

Dois homens, três mulheres, uma só teia. O Tela Tudo Clube de Cinema começa 2012 com o polêmico filme do diretor Hector Babenco, O BEIJO DA MULHER ARANHA. A sessão acontece neste sábado (28), às 14h30min, no Cine SESI Pajuçara. A entrada é gratuita.
 
O processo de produção e conclusão da obra foi extremamente tortuoso e polêmico, tornando-se tão fascinante quanto o próprio filme (existe até um documentário sobre o tema nas edições de colecionadores em DVD ou blu-ray). Babenco começou a missão de produzi-lo em 1982, e logo de início, seu primeiro obstáculo foi convencer Puig a vender os direitos do livro. Em seguida, Burt Lancaster manifestou entusiasmo para interpretar Molina, porém problemas de saúde afetaram o astro e o papel foi dado a William Hurt.
 Sobre o filme:

O Beijo da Mulher Aranha (1985), baseado no romance do argentino Manuel Puig, é um drama disfarçado de thriller com um fascinante estudo de personagens.

Dois prisioneiros encerrados na mesma cela, o homossexual Molina (William Hurt), preso por comportamento imoral, e o jornalista e ativista político Valentin (Raul Julia), estabelecem um vínculo de amizade apoiado em segredos e histórias. Noite após noite, Molina reconstitui a lembrança de dois filmes: uma trama nazista onde a cantora francesa Leni Lamaison é apaixonada por um general alemão e aprisionada pela Resistência e outro, no qual uma mulher aranha recolhe e cuida de um náufrago numa ilha deserta.

Os delírios cinematográficos de um e os sofrimentos físicos do outro vão, aos poucos, eliminando os preconceitos e o medo entre esses homens tão diferentes, dando espaço para uma forte solidariedade com a descoberta do respeito mútuo e da amizade.

Há ainda um terceiro jogador essencial neste lindo jogo de xadrez, a atriz Sônia Braga, que através da escolha inteligente e de última hora de Babenco, passou a interpretar três papéis diferentes - a cantora francesa, a própria mulher aranha do título e a ex-namorada de Valentin. Suas distintas personas são como fios condutores que se entrelaçam entre a realidade e a fantasia durante toda a obra.

A atriz, que não sabia inglês na época, acabou por pronunciar apenas foneticamente as falas do roteiro, o que se revelou estranhamente eficaz dentro da atmosfera de irrealidade das suas aparições e do teor “brega” das produções cinematográficas relatadas com paixão por Molina.

Para uma trama em que um dos personagens tem uma história de fundo político tão forte, O Beijo da Mulher Aranha é surpreendentemente apolítico. Apesar de Valentin ser torturado e brutalizado por um regime corrupto e totalitário, o roteiro mantém as tonalidades genéricas. A prisão é na América do Sul, porém nenhum país é especificado ou governo é identificado. A história gira sobre os relacionamentos humanos e seus diferentes pontos de vista, sem colocar o foco na opressão das ditaduras sul-americanas.


Problemas constantes de financiamento também prejudicaram o andamento das gravações, que sem o apoio do estúdio, foram principalmente financiadas por apoiadores independentes do Brasil e dos Estados Unidos. A má compreensão de Babenco do inglês era uma confusão constante no set, e partes do script eram reescritas diariamente com a intervenção de Puig, que muitas vezes discordava das alterações. A “cereja do bolo” foi a relação conflituosa entre Babenco e o ator William Hurt, que ao final das filmagens já não se falavam mais.

Mas o filme estreou no Festival de Cannes em 1985 e ganhou o abraço do público. Passou a quebrar recordes de bilheteria e saiu da obscuridade para ser indicado ao Oscar, na categoria Melhor Filme, porém foi William Hurt que levou a estatueta de Melhor Ator.

O Beijo da Mulher Aranha é belo e cheio de camadas que o fazem manter o vigor e atravessar o tempo como uma teia, onde o seu veneno, sem prazo de validade, ainda pode causar ataques bem profundos.

Venha receber O Beijo Da Mulher Aranha!


28 de janeiro de 2012
Realização: Tela Tudo Clube de Cinema
Parceria: Cine Sesi Pajuçara

Entrada gratuita

Mais informações:
http://www.telatudo.com/2012/01/2801-o-beijo-da-mulher-aranha-de-hector.html

* Cartaz: Amanda Nascimento
* Texto: Nivaldo Vasconcelos

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Oscar 2012 - Filmes Indicados


A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood anunciou nesta terça-feira (24) a lista de indicados ao Oscar 2012. O filme de Martin Scorsese "A Invenção de Hugo Cabret" lidera a lista, com 11 indicações da Academia, que vai revelar os vencedores no dia 26 de fevereiro, em Los Angeles. O filme francês "O Artista", principal vencedor em premiações anteriores, tem 10 indicações, e "O Homem que Mudou o Jogo" tem seis. Sergio Mendes e Carlinhos Brown concorrem ao prêmio de melhor canção original, pelo tema da animação "Rio". O longa brasileiro inscrito para concorrer ao prêmio de melhor em língua estrangeira, "Tropa de elite 2", já está fora da disputa desde quarta (18), quando foi divulgada uma lista de nove pré-selecionados para a categoria.

Veja abaixo a lista completa de indicados:
 
Melhor filme "Cavalo de guerra"
"O artista"
"O homem que mudou o jogo"
"Os descendentes"
"A árvore da vida"
"Meia-noite em Paris"
"História cruzadas"
"A invenção de Hugo Cabret"
"Tão forte e tão perto" 

 Melhor ator
Demián Bichir - "A better life"
George Clooney - "Os descendentes"
Jean Dujardin - "O artista"
Gary Oldman - "O espião que sabia demais"
Brad Pitt - "O homem que mudou o jogo"


Ator coadjuvante Kenneth Branagh - "Sete dias com Marilyn"
Jonah Hill - "O homem que mudou o jogo"
Nick Nolte - "Warrior"
Max Von Sydow - "Tão forte e tão perto"
Christopher Plummer - "Beginners"

Melhor animação "A Cat in Paris"
"Chico & Rita"
"Kung Fu Panda 2"
"Gato de Botas"
"Rango"

Melhor atriz Glenn Close - "Albert Nobbs"
Viola Davis - "Histórias cruzadas"
Rooney Mara - "Os homens que não amavam as mulheres"
Meryl Streep - "A dama de ferro"
Michelle Williams -"Sete dias com Marilyn

Melhor atriz coadjuvante
Octavia Spencer - "Histórias cruzadas"
Bérénice Bejo - "O artista"
Jessica Chastain - "Histórias cruzadas"
Janet McTeer - "Albert Nobbs"
Melissa McCarthy - "Missão madrinha de casamento"

Melhor roteiro original
"O artista"
"Missão madrinha de casamento"
"Margin Call"
"Meia-noite em Paris"
"A separação"
Trilha sonora original
"As aventura de Tintim" - John Williams
"O Artista" - Ludovic Bource
"A invenção de Hugo Cabret" - Howard Shore
"O espião que sabia demais" - Alberto Iglesias
"Cavalo de guerra" - John Williams

Canção original
"Man or Muppet", de "Os Muppets", música e letra de Bret McKenzie
"Real in Rio", de "Rio", música de Sergio Mendes e Carlinhos Brown, letra de Siedah Garrett
Maquiagem
"Albert Nobbs"
"Harry Potter"
"A dama de ferro"

Direção de arte

"O artista"
"Harry Potter"
"A invenção de Hugo Cabret"
"Meia-noite em Paris
"Cavalo de guerra"
Fotografia
"O artista"
"Os homens que não amavam as mulheres"
"A invenção de Hugo Cabret"
"A árvore da vida"
"Cavalo de guerra"

Figurino
"Anonymous"
"O artista"
"A invenção de Hugo Cabret"
"Jane Eyre"
"W.E."

Diretor
Michel Hazanavicius - "O artista"
Alexander Payne - "Os descendentes"
Martin Scorsese - "A invenção de Hugo Cabret"
Woody Allen - "Meia-noite em Paris"
Terrence Malick - "A árvore da vida"

Documentário (longa-metragem)
"Hell and Back Again"
"If a Tree Falls: A Story of the Earth Liberation Front"
"Paradise Lost 3: Purgatory"
"Pina"
"Undefeated"

Documentário (curta-metragem)
"The Barber of Birmingham: Foot Soldier of the Civil Rights Movement"
"God Is the Bigger Elvis"
"Incident in New Baghdad"
"Saving Face"
"The Tsunami and the Cherry Blossom"

Edição
"O artista"
"Os descendentes"
"Os homens que não amavam as mulheres"
"A invenção de Hugo Cabret"
"O homem que mudou o jogo"

Melhor filme em língua estrangeira
"Bullhead" - Bélgica
"Footnote" - Israel
"In Darkness" - Polônia
"Monsieur Lazhar" - Canadá
"Separação" - Irã

Curta-metragem de animação
"Dimanche"
"The Fantastic Flying Books of Mr. Morris Lessmore"
"La Luna"
"A Morning Stroll"
"Wild Life"

Curta-metragem
"Pentecost"
"Raju"
"The Shore"
"Time Freak"
"Tuba Atlantic"

Edição de som
"Drive"
"Os homens que não amavam as mulheres"
"A invenção de Hugo Cabret"
"Transformers: o lado oculto da lua"
"Cavalo de guerra"

Mixagem de som
"Os homens que não amavam as mulheres"
"A invenção de Hugo Cabret"
"O homem que mudou o jogo"
"Transformers: o lado oculto da lua"
"Cavalo de guerra"

Efeitos visuais
"Harry Potter"
"A invenção de Hugo Cabret"
"Gigantes de aço"
"Planeta do macacos"
"Transformers: o lado oculto da lua"

Roteiro adaptado
"Os descendentes"
"A invenção de Hugo Cabret"
"Tudo pelo poder"
"O homem que mudou o jogo"
"O espião que sabia demais"

O Farol - Isabella Taviani




Cale a boca
Não fale nada mais agora
Pois o silêncio expressa mais que as tuas frases tortas
Cale a boca
Agora é tarde eu tranco a porta
Vou me embora dessa vida louca sem demora
Eu me matei por não saber
Me viver
E vencer a luta contra esse amor de mentira
Que mentira
Eu me perdi no teu olhar
Que cilada
E hoje a minha dor é um farol que nunca apaga
Cale a boca
Eu ordeno
Eu já não tenho medo
Pois hoje eu possuo o antídoto pro teu veneno
Cale a boca
Não me venha com essa história sonsa
Em você sempre me falta alguma coisa
Eu me matei por não saber
Me viver
E vencer a luta contra esse amor de mentira
Que mentira
Eu me perdi no teu olhar
Que cilada
E hoje a minha dor é um farol que nunca apaga
Cale essa tua boca rasa
De onde nunca sai nada que me valha
Cale a boca
De qualquer maneira
Deixe ela costurada
Só assim não tenho que ouvir o seu nada
Eu me matei por não saber
Me viver
E vencer a luta contra esse amor de mentira
Que mentira
Eu me perdi no teu olhar
Que cilada
E hoje a minha dor é um farol que nunca apaga

Mario Quintana




Um bom poema é aquele que nos dá a impressão de que está lendo a gente ... e não a gente a ele!

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Terça do Vinil - Olinda

Siba - Novo cd "Avante"





Pra dar o salto de Avante, foi necessário reunir um tanto de todos que já fui. Momentos distintos de vida. Recontar para mim mesmo minha história pessoal, essa que construímos dia a dia, reunindo, descartando, esquecendo, recriando e mesmo inventando.
Nenhum mapa, algum mapa. Mas qual?
Musical, poético, geográfico, literário, místico, racional? Qual o ponto de partida? A primeira audição do “Método Tufo”de Catatau, logo após a finalização de “Toda vez que eu dou um passo…”? Ali me vi pela primeira vez pensando que precisaria reaprender a escrever e cantar pra dar conta da complexidade de minha vida pessoal, antes que – Mute – perdesse a voz.
Muito antes, 20 anos antes, o rock havia morrido pra mim e eu iniciava uma peregrinação pela Mata Norte pernambucana – onde? – descobrindo aos poucos minha própria voz entre tantas obviedades invisíveis. Punk rock baque solto.
De volta ao mapa, passado mais próximo – o verso preso: Reaprender a tocar um instrumento abandonado há tantos anos foi tarefa difícil e fatalmente inacabada, que me sacudiu ao chão duro e frio dividido entre a musa ou a música. A Poesia, dama ciumenta e exigente, se afastou silenciosamente deixando em seu lugar o vazio da falta de convicção para escrever da única forma que eu sabia. Reaprendizados sobrepostos, fui aos poucos reunindo os cacos, colando o espelho que devolve os fragmentos sobreviventes a meus tantos esquecimentos de mim mesmo-sem moldura, pedaços ainda podem ser colados, cair…
O mapa de Avante teria que ter pistas confusas embaralhando Hendrix, Lemmy, Ivanildo Vila Nova e Manoel Chudu, Zé Galdino, Barachinha, o Sundiata do Mali, Franco, o Congo, Poemas Suspensos, Canções de repentistas na voz de Antônio Alves, Voltando a Minha Terra de Severino Feitosa, Super Rail Band, Thelonious Monk, Robab Afegão, Star Number One de Dakar, Biu Roque, Bembeya Jazz National, Jimmy Page, Os Solitários de Nazaré da Mata, Michele Melo cantando “essa noite eu vou ser toda sua…”, O Incandescente de Serres, a viagem de Ulisses, Cancão, rock Touareg, Jack White, Kasai All Stars, Ryad Al Sumbati, Cream, Menelik Wesnatcheu, meu pai assobiando de manhã cedo.
Outra coisa: Se ao abandonar-me à musa, anos antes, havia me feito experimentar a completude numa pequena cidade de 30 mil habitantes, ceder à música me sacudiu novamente na fragmentação da estrada. Assim, Avante tem um pouco de Rio de Janeiro, Dakar, Recife, Nazaré, São Paulo, Curitiba, Praia dos Carneiros, Teresópolis, Campina Grande, além de sombras de lugares que nunca fui: Kinshasa, as montanhas do Hindu Kush…

Foi gravado e mixado no estúdio Totem/SP, entre o final de 2010 e meados de 2011 por Yuri Kalil e produzido por Fernando Catatau, comigo ajudando e, às vezes, atrapalhando também. Léo Gervázio toca a tuba, elo de ligação com a Fuloresta e a música de rua do Recife. Antônio Loureiro toca teclados e um vibrafone que muito me ajudou na aproximação com a música do Congo que tanto ouvi nesses anos de gestação desse trabalho. Samuel Fraga toca a bateria. Os visitantes são Teco Cardoso e Lira. Catatau faz o solo de guitarra em Qasida. Ao vivo, o baterista é Serginho Machado.
“Avante” tem o patrocínio da Petrobras, através da seleção pública do Programa Petrobras Cultural. Este projeto foi contemplado com o Prêmio de Apoio à Gravação de Música Popular – Funarte.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Livros Infantis Grátis da Fundação Itáu Social

A fundação Itaú Social disponibiliza gratuitamente coleção de livros infantis da mais alta qualidade. Qualquer pessoa pode solicitar a coleção de livros e não precisa ser cliente Itáu.
O objetivo da coleção é despertar o prazer de ler nas crianças e como bem sabemos, a leitura deve ser estimulada desde cedo pelos pais para que a criança adquira o hábito de ler um bom livro e o leve pelo resto da vida. Para solicitar a sua coleção, basta acessar o link indicado abaixo e preencher o formulário.





Ainda segundo o site: "A Fundação Itaú Social busca oferecer ao público livros com a mesma qualidade dos encontrados nas livrarias, com mínimas adaptações nos formatos originais, e conta com a assessoria da Associação Vaga Lume na curadoria da Campanha Itaú Criança.

Os critérios usados para a escolha desses três títulos foram a qualidade e a diversidade de gênero do texto, autores, ilustradores, projeto gráfico, editoras e origem das histórias. São títulos premiados e recomendados por educadores e especialistas em literatura infantil."

Para solicitar a sua coleção de livros grátis, acesse o link abaixo:
http://www.itau.com.br/itaucrianca

Meu Coração Não Quer Viver Batendo Devagar



Meu Coração Não Quer Viver Batendo Devagar - Isabella Taviani
Foi assim que me viu numa dor sem graça
Me vestiu, me despiu, me fez outro e prata
Um amor que me arrancou pela raiz e me brotou
Ahhh, me fez florir
Foi um breve temporal, inundou meu corpo
Foi um dócil animal, lúcido e louco
Me fez ver assombração, espremeu meu coração
Ahhh, me fez canção
Há quem diga que é o meu fim
Eu prefiro a vida assim
Há quem peça pra eu não me apressar
Mas meu coração não quer viver batendo devagar

Foi assim que me ví tonta de vontade
O amor transgrediu a invencibilidade
Golpeou suavemente, nocauteou a minha mente
Ahhh, me fez nascente
Há que diga que é o meu fim
Eu prefiro a vida assim
Há quem peça pra eu não me apressar
Mas meu coração não quer viver batendo devagar
Me leva pro seu mundo
Teu segundo, teu escudo
Levo tudo, eu me mudo
Vou me aprisionar

 


segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Haja o que houver - Madredeus




Haja o que houver
Eu estou aqui
Haja o que houver
espero por ti
Volta no vento ô meu amor
Volta depressa por favor
Há quanto tempo, já esqueci
Porque fiquei, longe de ti
Cada momento é pior
Volta no vento por favor...
Eu sei quem és
pra mim
Haja, o que houver
espero por ti...
Há quanto tempo, já esqueci
Porque fiquei, longe de ti
Cada momento é pior
Volta no vento por favor
Eu sei quem és
pra mim
Haja, o que houver
espero por ti...

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Salão de Fotografia da Fundação Pierre Chalita



V.Sa. e Família estão convidados para a abertura do Salão de Fotografia da Fundação Pierre Chalita
Data: 19/01/2012
Hora: 19h
Curadoria: Carlos Gama Junior e Solange Chalita
Local: Museu de Arte Brasileira da Fundação Pierre Chalita
Praça Manoel Duarte, 77 – Jaraguá – Maceió/AL



VAMOS LÁ? ESTOU CONCORRENDO COM 3 FOTOS, VAMOS DAR UMA ESPIADINHA?

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Saudades de Elis - Wilma Araújo e Igbonan Rocha Convidam!







19 de Janeiro de 2012 




Vila do Adeus - Maria Bethânia
 
Histórias que não contam mais
Quando o barco perde a praia
Quando tudo diz adeus
O céu desmaia, a luz do dia não raia
Pois se apaga a luz do céu
A dor se espraia feito pé de samambaia
E antes que a noite caia
Apaga a lua
E a saudade então flutua
Como bólido luzente
Dentro dela a gente vai
Histórias que não voltam mais
Quando os lenços cortam os laços
Num definitivo adeus
Nenhum abraço, nenhum sol nos olhos baços
Nem um traço, nem um véu
Apenas o silêncio e o som de Deus
Apenas o silêncio...



Invisível - Alice Ruiz
Pessoas
Com suas malas,
Mochilas e valises
Chegam e se vão
Se encontram, se despedem
E se despem dos seus pertences
Como se pudessem chegar
A algum lugar
Onde elas mesmas
Não estivessem
Você se move
Como se uma legião invisível
Te aprovasse
Você se vai
Como se de longe
Você mesmo
Se chamasse
Você me vem
Como se só em mim
Enfim
Você em você
Chegasse

sábado, 14 de janeiro de 2012

CURSO DE HISTÓRIA DA ARTE

Estarão abertas, no período de 25 de janeiro a 3 de fevereiro, as matrículas para as novas turmas do Curso de História da Arte ministrado pela profª Socorro Lamenha no Cenarte. São 60 vagas em duas turmas. O curso é gratuito, assim como todos os outros que são oferecidos, como por exemplo os de instrumentos (violão, piano, teclado...), Artes Plásticas (desenho e pintura) e Artesanato. As matrículas para os alunos antigos (para as turmas de HISTÓRIA DA ARTE NO BRASIL) começam no dia 15 de janeiro.  O Cenarte fica na rua Pedro Monteiro, 208 Centro. Telefone 3315 7871  

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Sonho de Consumo



Este livro traz - Cronologia da vida e da obra de Mario Quintana, Iconografia, Fortuna crítica - Augusto Meyer, Fausto Cunha, Guilhermino César, Paulo Rónai, Gustavo Corção, Paulo Mendes Campos Homenagens poéticas - Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira, Carlos Nejar, José Augusto Seabra, Cecília Meireles Poesia - A rua dos cata-ventos, Canções, Sapato florido, Espelho mágico, A cor do invisível, entre outros.
Saiu na Imprensa: O Globo: Poesia deslumbrante na simplicidade Mario Quintana, que completaria 100 anos em 2006, tem obra reunida pela Nova Aguilar. Márcio Vassalo Tem gente sempre disponível para a beleza. Tem belezas sempre disponíveis para a gente. Mas nem tudo é fácil de reparar. Algumas belezas e pessoas passam quase o tempo todo escondidas, invisíveis, carecendo de quem nelas repare sem pressa, e as deixe em estado de poesia que encontre tempo para catar assombro em cena pequena.
Editora: Nova Aguilar (Grupo Ediouro)
ISBN-10: 8521000871
ISBN-13:
Formato: Médio
Acabamento: Brochura
Idioma: Português
Origem: Nacional
Edição: 1
Número de páginas: 1028
Lançamento: 1/1/2005

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Dercy De Verdade: cem anos em quatro capítulos





Formatado para ser base de um filme, o projeto da minissérie Dercy De Verdade foi sugestão da própria autora, a roteirista Maria Adelaide Amaral. “Sintetizei a história da Dercy pensando no tempo médio de um longa (duas horas) e nos acontecimentos mais fortes da sua trajetória. Não foi fácil. O trabalho de revisitar e atualizar o que já estava no livro foi emocionante”, contou a também autora da biografia da atriz.
Os detalhes – A série comemora os 101 anos da irreverente atriz brasileira e revela um lado da sua história que o Brasil não conheceu. Originária de uma família pobre, Dolores Gonçalves Costa, ou simplesmente Dercy Gonçalves, nasceu em Santa Maria Madalena, interior do Rio de Janeiro, em 1907. Sua mãe abandonou o lar ao descobrir a infidelidade de seu marido e Dolores precisou aturar o pai que bebia demais.
Como bilheteira de cinema, ela conheceu a arte e foi chamada por muitos de prostituta. Saiu de Madalena para ganhar o mundo com uma companhia de teatro e nunca mais parou.
Outro ponto alto da trajetória de Dercy foi a maternidade. De uma de suas histórias de amor, teve uma filha, Decimar, a quem sempre protegeu e se esforçou para dar tudo de melhor. Ficou casada com um homem que não gostava apenas para que sua filha tivesse um “pai” para entrar na igreja no dia de seu casamento. “E ela era exatamente assim. Brigou comigo quando me separei. Achava que tinha que viver no meu casamento pra sempre”, acrescenta Maria Adelaide Amaral.
Dirigida por Jorge Fernando e protagonizada por Luiza Périssé, Heloísa Périssé e Fafy Siqueira, que interpretam Dercy em fases diferentes, a microssérie de quatro episódios contará os amores, alegrias e desventuras da vida da atriz.
Dercy De Verdade é uma minissérie com autoria de Maria Adelaide Amaral, baseada na obra DERCY DE CABO A RABO, da própria autora, colaboração de Leticia Mey, e direção geral e de núcleo de Jorge Fernando.

Cecilia




Aprendi com a primavera; a deixar-me cortar e voltar sempre inteira.
Cecilia Meireles

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Esqueça-me você - Miguel Bose

 


Todas nossas tardes são

Embaixo de estrelas escondidas

Luzes que meu coração pensaria

Nu como sou

Sendo assim como a areia

Que desliza em teu querer por onde possa


Te dar para te guardar

Desconfiar se não me olhas

Com teus olhos tua boca tua seiva que é minha, minha


Responde ao meu nome se lhe sussurram

Arranca de toda minha pele que é tão tua

Que meu corpo arda se não estiver comigo amor


Esqueça-me você que eu não posso

Não vou entender o amor sem você

Esqueça-me você que eu não posso

Deixar de te querer

Por mais que eu tente não posso

Esqueça-me você...


Que bonito quando o sol

Derramou sobre nós

Esta luz que se apagou e que se perdia

Se você quer quero eu, palpitar de outra maneira

Que nos leve sem leme o que nos resta


Sentiremos frio talvez, se não existe poesia

Em teus olhos tua boca tua seiva que é minha,minha


E o tempo nos passa quase despercebido

Golpeia com força o seu e o meu

Que pena ignorá-lo e deixá-lo perdido amor


Esqueça-me você que eu não posso

Não vou entender o amor sem você

Esqueça-me você que eu não posso

Deixar de te querer

Por mais que eu tente não posso

Esqueça-me você...

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Clarice Lispector em A experiência maior



Eu antes tinha querido ser os outros para conhecer o que não era eu. Entendi então que eu já tinha sido os outros e isso era fácil. Minha experiência maior seria ser o outro dos outros: e o outro dos outros era eu.

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Meu coração está vago
Aluga-se um quarto em mim
Do lado em que bate o sol
Um sol maior que ainda trago
Guardado em mim como um jarro
De barro Cor de cauim
Meu coração é assim
Meu coração é um lago
Escandinavo gelado
Mas dorme um vulcão em mim
Que pode ser acordado
Meu coração é um quarto
Fechado cheio de mim
Meu coração é assim

Poesia da Ansiedade - Cecilia Meireles




Quando eu não pensava em Ti, Os meus pés corriam ligeiros pela relva, E os meus olhos erravam, Distraídos e felizes, Pela paisagem toda... Quando eu não pensava em Ti, As minhas noites eram Como o sono do céu, cheio de luar... Quando eu não pensava em Ti, A minha alma era simples e quieta, A minha alma uma ave mansa, De olhos fechados Na alta imobilidade de um ramo, Quando eu não pensava em Ti... E agora, Ó eleito O meu passo demora Esperando pelos meus olhos Que procuram a tua sombra... As minhas noites são longas, morosas, tão tristes, Põe-se te buscar. E eu, sem ele, fico mais só... Perderam-se os meus olhos Entre as estrelas Entre as estrelas se perderam as minhas mãos Nesta ansiedade de te abraçarem... Ó eleito, ó eleito! Por que, Desde o chão do meu corpo Até o céu da minha alma Sou uma fumaça de perfume Subindo ao teu louvor? Quando eu não pensava em Ti, Os meus olhos erravam, distraídos e felizes, Pela paisagem toda...

sábado, 7 de janeiro de 2012

Soneto dos cabelos que eram algas – Anilda Leão


Eram algas que eu tinha em minhas mãos

E até pensei que fossem teus cabelos

Que certa vez eu tive em noites ermas

Perdidas entre dunas de uma praia.

 

E umedecidas, leves e macias

Eu esmaguei febril entre meus dedos

E um tal sabor de sal de maresia

Fez-me lembrar de novo teus cabelos.
 


Os teus cabelos que eu beijei um dia

Assim de leve como se temesse

Que se fundissem nas ondas do mar.
 


Nessas coisas do mar se transformassem

Prá que eu ficasse assim em desespero

A confundir com algas teus cabelos.

Acontecimentos - Anilda Leão



Todas as manhãs
Eu aconteço você
E faço
E refaço
O seu rosto
Os seus olhos
A sua boca
O seu jeito de ser
Quando chega a noite
Eu própria me aconteço
Só.

Um adeus para Anilda





A atriz, escritora e cantora Anilda Leão morreu, aos 88 anos, na noite desta sexta-feira (6), em Maceió. Ela estava internada no Hospital Arthur Ramos desde novembro passado, após ter caído em sua casa e sofrido uma fratura no fêmur. Anilda sofreu uma infecção após passar por uma cirurgia. O sepultamento foi realizado neste sábado (7), em local não divulgado pela família.
Em nota, o governo de Alagoas decretou três dias de luto oficial pela morte de Anilda.
Segundo a Secretaria de Cultura do estado, Anilda Leão era considerada um estandarte da cultura alagoana, com atuações em filmes, novelas e peças teatrais. Ela também ficou conhecida pela militância feminista. Anilda era viúva do escritor e poeta Carlos Moliterno. Na década de 1970, Anilda Leão trabalhou no Departamento de Cultura do Estado de Alagoas. Na década de 1980, trabalhou na Secretaria Estadual de Cultura.
"Anilda irradiava alegria, bom humor, além de ser uma escritora e atriz de grandes méritos. Com sua história de vida e seu brilho profissional, prestou um grande serviço à política cultural de Alagoas. Solidarizo-me com a família de Anilda pela dor desta perda, certo de que, na cultura de Alagoas, sua sua história será mantida viva, imortal", disse, em nota, o governador Teotonio Vilela Filho.
Anilda é autora dos livros "Chão de Pedras" (1961), poesia; "Chuvas de Verão" (1974), poesia; "Poemas marcados" (1978), poesia; "Riacho Seco" (1980), contos; "Círculo Mágico" (1993); "Olhos Convexos" (1989), crônicas e "Eu em Trânsito" (2003).