quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

FELIZ NATAL PARA TODOS


A mais linda mensagem de NATAL que eu já vi!
FELIZ NATAL PARA TODOS!!!!!

Maitê X Montenegro em "As lágrimas amargas de Petra Von Kant" por Nildo Correia

Pode acreditar, já se passaram 30 anos desde que Renata Sorrah e Fernanda Montenegro subiram ao palco para a primeira apresentação da histórica montagem de ‘As Lágrimas Amargas de Petra Von Kant’, baseada na obra do dramaturgo e cineasta alemão Rainer Werner Fassbinder (1945-1982) e dirigida por Celso Antunes, em 1982.
Para marcar o aniversário do espetáculo e os 30 anos de morte do autor, Maitê Proença viverá a protagonista da obra, uma estilista que tem um caso com uma aspirante a modelo, interpretada por Gisele Batista, em uma sessão de leitura interpretativa do livro, dentro da programação da 20ª edição do Festival Mix Brasil de Cultura da Diversidade, pioneiro na divulgação da produção artística homoafetiva.
Além da dupla de protagonistas, também estão no elenco Alexia Dechamps, Karen Coelho, Selma Lopes e Stela Celano, todas dirigidas por Lucianno Maza, que também aparece na ficha técnica do espetáculo como idealizador do projeto. A apresentação vai rolar no dia 29 de novembro, às 21h, no auditório do Centro Cultural Cândido Mendes, em Ipanema, e, o melhor de tudo, a entrada será gratuita. Mas para garantir seu espaço na plateia é preciso chegar cedo: as senhas-ingresso serão distribuídas uma hora antes do início da leitura.

Revivendo a história em filme



A inexistência de um homem em cena, a não ser na pintura mitológica de Nicolas Poussin (que retrata Midas e Baco e enfeita o ambiente), com expresso interesse em dissecar modulações de comportamentos femininos, logo facilita a comparação: o cineasta bávaro Rainer Werner Fassbinder poderia muito bem ter bebido, ao criar o longa As lágrimas amargas de Petra von Kant, do universo do alto especialista das personagens femininas George Cukor (célebre pelo sessentista Minha bela dama e por As mulheres, de 1939). Facilidade, entretanto, não é palavra que combina com o mais proficiente dos autores de cinema alemão, que, morto há quase 30 anos, parece coexistir com os colegas, ainda bem vivos, Werner Herzog e Wim Wenders. Adaptação de um texto teatral de autoria própria, As lágrimas amargas de Petra von Kant, que finalmente saiu em DVD, comprova a longevidade da obra.
Referência com mais sentido, ao decifrar o filme de 1972, estaria em alinhá-lo com Douglas Sirk (pelo preciosismo imagético e pela, no caso dele, comedida pitada de melodrama). “Nós apegamos mais à importância do prazer do que à fidelidade”, conta a protagonista (Margit Carstensen), em torno da relação falida com o ex-marido, logo de partida. A impiedosa passagem do tempo, ainda mais sublinhada no desfecho (em que Petra não celebra o aniversário) e uma percepção tardia de valores pessoais deturpados (daí, parte do paralelo com a ganância estéril de Midas) trarão consequências para tal hedonismo.
Numa vida confortável, Petra, que é dona do prestígio de ser uma renomada estilista, vive de um glamour oco e se alimenta da sádica dominação exercida sobre Marlene (Irm Hermann), tratada como uma subserviente. Saído da experiência de fundar um movimento batizado de Antiteatro (na companhia de atores como Kurt Raab e Hanna Schygulla), o diretor alemão, cooptado para o audiovisual, na turbulência dos anos de 1968, oferece um espetáculo muito próximo daquele proposto pelo dramaturgo Henrik Ibsen, na inesgotável mesquinhez da personagem-título Hedda Gabler.
Transbordante e irado, o discurso se distancia do compromisso social mantido por Fassbinder com o compatriota Bertold Brecht. Manipuladora, Petra (já encenada magistralmente nos palcos nacionais por Fernanda Montenegro) parece atrair para o covil do quarto (o único espaço cênico, por sinal) criaturas da própria laia, à exceção da filha e da mãe dela, essa desavisada da “peculiaridade” de ter gerado uma descendente lésbica.
Em posição de comando e de pretensa superioridade, lânguida, Petra cria, em torno de si, uma atmosfera de desfile: sem os desdobramentos de uma real interação, convivem com ela, a amiga Sidonie (Katrin Shaake), madura e plena de dissimulação, e Karen (Hanna Schygulla), dona de uma beleza demoníaca e a postos para se render ao “aprendizado do prazer feminino” propalado por Petra. Sobrevivente de série de experiências fúnebres, Karin sinaliza certa redenção para von Kant.
Manequins animados Diretor de fotografia talhado pela arte de Fassbinder, Michael Ballhaus (que depois se estabeleceu na trupe de Martin Scorsese) sabe tirar proveito de um plano estático — no qual, em cena, meros manequins parecem duelar com a anima reinante — e afirmativo para a tensão enervante aliada à violência mais psicológica defendida pelo mestre germânico.
É interessante notar que o filme foi lançado em clima culminante para a esfera pessoal de Fassbinder, recém-divorciado de uma mulher (mesmo sendo, assumidamente, homossexual). Inusitada, com direito a Smoke gets in your eyes (The Platters) e The Walker Brothers, além de contemplar Verdi, a trilha sonora acirra a capacidade de desnortear, no provocativo filme em que o texto chega a exaltar a existência de “negros de feição europeia”.
Sem a postura aguerrida, protuberante em filmes de temática gay como O direito do mais forte (1975) e Querelle (1982), o diretor — que viria a morrer por overdose de cocaína, aos 37 anos, uma década depois — deixa entrever uma certa afetação e uma dose de perturbação histérica (injetada nas personagens), no filme que se revela um ensaio sobre a dissolução do amor. No universo da disciplinada Marlene, uma aparente redoma defende e dá chão para a controladora Petra, que enuncia: “Se você compreende alguém, não há porque ter pena dessa pessoa”.
Com homenagem direta ao clássico A malvada (de Joseph Mankiewicz), o cineasta reveste a protagonista de mimetismo (até físico), num recurso que evidencia a fase crítica (e interna) do desmoronar da condição extremamente cartesiana à qual sempre se pegou. Uma realidade de privação, definitivamente, ameaça a desesperançada protagonista, pronta para rever certezas rudes como a de que “as pessoas são duras e brutais —, todo mundo pode ser substituído”. Com habilidade, o diretor desestabiliza tais certezas.
 

Ciscos - Pedro Lucena


quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Maceió terá enfim sua primeira megastore


 
“Os tempos estão mudando”, já dizia o bardo americano Bob Dylan. Mudanças que, aliás, nem são tão recentes assim – o processo nos acompanha há mais de uma década e o declínio das livrarias tradicionais que frequentávamos há cerca de 15 anos está associada, entre outros fatores, à progressiva decadência do Centro da capital. Outrora voltados à socialização e à discussão de temas de interesse comum, estabelecimentos como a Livro 7, a Segal e a Caetés, entre outros, foram perdendo público, até fechar suas portas em definitivo. Estado com o maior índice de analfabetismo do Brasil, Alagoas não é exatamente um lugar propício para o mercado livreiro. Mas se por um lado há quem argumente que a internet foi decisiva para a derrocada das livrarias físicas, por outro existe a turma que acredita ser apenas uma questão de tempo para que os livros digitais substituam os impressos. No fim das contas, todo esse exercício de futurologia é muito chato e cansa a beleza de qualquer cidadão.

Certo mesmo é que dados recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que a quantidade de cidades com livrarias caiu 21,15% no país. A mesma pesquisa também mostra que, entre 1999 e 2006, cresceu em 178% o número de municípios com provedor de internet, e em 103% o dos que contam com ensino superior. Mas, contrariando as previsões catastróficas de profetas e ‘especialistas’, grandes redes continuam a investir em projetos de expansão de livrarias físicas, sobretudo nas capitais nordestinas – nas quais os conglomerados enxergam um mercado promissor.

Nossos vizinhos pernambucanos, por exemplo, contam com filiais de redes como a Saraiva e a Cultura há quase uma década. Em 30 de outubro último, inclusive, a Livraria Cultura inaugurou uma segunda loja no Recife. Instalada no RioMar Shopping, no bairro do Pina, zona sul da cidade, a nova unidade aposta na segmentação de públicos, e por isso criou espaços específicos para adolescentes e geeks (os jovens ligados em tecnologia, eletrônica e jogos).

http://gazetaweb.globo.com/gazetadealagoas/noticia.php?c=214233

A fotografia do meu antigo amor dançando tango - Diego Moraes



Em seus diálogos, Diego Moraes atinge a perfeição entre imagem e ritmo. Só que esta perfeição não foi alcançada no estudo das peças de Beckett, mas assistindo aos filmes da Sessão da Tarde, a partir dos quais Moraes esmerilhou sua esgrima fraseada repleta de interrupções. Moraes escreve para se vingar – de ex-namoradas, de antigos e novos desafetos. E a vingança é o melhor combustível para a escrita. Sobretudo para Diego Moraes, que é um sujeito deliciosamente paranoico – ótima qualidade para um escritor. Tanto que você não gostaria de têlo como vizinho. Mas, obviamente, adorará têlo na prateleira de sua biblioteca. O que temos então em Fotografia do meu amor dançando tango é uma colagem híbrida de narrativas que passeiam entre a Sessão da Tarde e a literatura consumida às pressas. São narrativas curtas, nas quais o autor não perde tempo com descrições, preferindo ir direto ao centro do tumulto no qual suas personagens respiram.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

PARA ALÉM DA LEITURA



PARA ALÉM DA LEITURA


Organizada pela escritora Arriete Vilela, a antologia de contos tem lançamento nesta terça-feira (11) no Maikai, no Stella Maris. Resultado do trabalho realizado pela autora de Lãs ao Vento na Oficina de Leitura e Escrita Criativa, o volume reúne textos de nove autores. O evento tem início às 19h30.


Maikai Choparia. Rua Eng. Paulo Brandão Nogueira, s/n, Jatiúca. No dia 11 de dezembro, a partir das 19h30. Aberto ao público.



(GAZETA DE ALAGOAS)

Para além da Leitura: antologia será lançada no dia 11 de dezembro em Maceió



Um psicólogo, uma jornalista, uma bailarina, uma psicanalista, um funcionário público, uma médica, uma advogada, uma especialista em língua portuguesa e literatura brasileira, e uma engenheira química. Foi a paixão pela literatura que reuniu profissionais de áreas tão distintas em torno do que parecia sonho: estar pela primeira vez do outro lado, ser o autor da obra.
 
Integrantes dos Grupos de Leitura e Escrita Criativa, organizados pela poetisa e escritora Arriete Vilela, os profissionais tiveram que buscar suas próprias referências e superar os obstáculos da criação para poder quebrar a barreira entre o artista e o apreciador e, enfim, ter sua própria literatura publicada em ‘Para além da leitura’.
 
A antologia de contos, cuja organização é assinada por Arriete Vilela, reúne 17 textos de nove autores diferentes.
 
A proposta apresentada por Arriete Vilela ao grupo, como descrita pela professora doutora em Literatura Brasileira, Vera Romariz, na orelha do livro, proporcionou o exercício que exigia dos seus integrantes um passo além da leitura. “Mais que ler, os aprendizes desse tecido linguístico-literário, onde se inscreve a forma do conto, precisam exercitar o ofício, aperfeiçoa-lo até... sempre.”
 
Assinam os textos: o psicólogo Adalberto Souza, a jornalista Clarissa Veiga, a bailarina Eliana Cavalcanti, a psicanalista Gilvaneide Mota, o funcionário público Hamilton Lessa, a médica e professora Janira Lúcia A. Couto, a advogada Marialice Loureiro, a especialista em Língua Portuguesa e Literatura Brasileira, Mônica Oliveira, e a engenheira química Patrícia Gatto.
O livro conta ainda com apresentações do professor e poeta Otávio Cabral e da professora doutora em Literatura Brasileira, Maria Heloisa Melo de Moraes.

SERVIÇO
O QUÊ: Lançamento do livro PARA ALÉM DA LEITURA (Para Além da Leitura)
QUANDO: dia 11 de dezembro, às 19h30
ONDE: Maikai, Stella Maris.
MAIS INFORMAÇÕES: Clarissa Veiga (9684-1271), Eliana Cavalcanti (9910-4800), Gilvaneide Mota (9922-9755), Arriete Vilela (8859-0181 ou 9126-5049).

http://www.alagoastempo.com.br/noticia/31634/cidade/2012/12/06/para-alem-da-leitura-antologia-sera-lancada-no-dia-11-de-dezembro-em-maceio.html

Evento na universidade busca estimular a prática da leitura

Feira de livros da Edufal começa nesta segunda-feira (10)
 
Para estimular o acesso do público ao livro e incentivar a prática da leitura em todas as idades, a Editora da Universidade Federal de Alagoas (Edufal) promove, a partir desta segunda-feira (9) até o dia 14 de dezembro, a Semana da Leitura, que engloba o 5º Feirão de Livros e o 2º Festival dos Importados. O evento, que tem entrada franca, acontece das 8h às 20h, na Praça de Conveniência do Campus A.C. Simões, da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), em Maceió.
 
Durante a semana, serão disponibilizados a preços acessíveis títulos de diversas áreas do conhecimento e publicações de editoras universitárias de vários países da América Latina. Os livros publicados pela Edufal terão desconto de 50%, enquanto os títulos importados e de outras editoras contarão com abatimento de 30%.
 
De acordo com Sebastião Medeiros, membro da equipe da Edufal, a iniciativa é uma forma de estimular e facilitar o acesso a leitura para os estudantes e comunidade em geral. “Os preços acessíveis ajudam os autores a comercializar o livro, evitando as cópias não autorizadas”, disse.
 
Medeiros explicou que, devido a grande procura dos acadêmicos na última edição da Semana da Leitura, que aconteceu em março desse ano, a reitoria da universidade pediu uma nova edição ainda em 2012. “Estamos muito felizes com o sucesso da feira. Além de ter muitos livros disponíveis por uma preço mais acessível, os participantes poderão conhecer e dialogar com alguns autores”, ressaltou.
A programação conta com uma homenagem a Manuel Diégues Júnior (1912-1991). No ano em que se comemora o centenário de Diégues, a Edufal reeditou dois títulos de sua autoria: “População e açúcar no Nordeste do Brasil” e “O Banguê nas Alagoas: traços da influência do sistema econômico do engenho de açúcar na vida e na cultura regional”, que, junto à obra “O engenho de açúcar no Nordeste: documentário da vida rural”, lançada pela Edufal em 2006, formam a Trilogia do Açúcar.
 
A Trilogia do Açúcar terá seu lançamento oficial em uma solenidade que contará com a presença do historiador Dirceu Lindoso. Durante a Semana da Leitura, será realizada a mesa-redonda “Tecendo ideias: entre autores e leitores”, com a presença dos professores e escritores Eliana Kefalás, Nilton Resende e Susana Souto.

http://www.alagoastempo.com.br/noticia/31810/educaaao/2012/12/10/feira-de-livros-da-edufal-comeca-nesta-segunda-feira-10.html#

Festa para Clarice Lispector




Neste domingo (9), completa-se 35 anos da morte da escritora Clarice Lispector. Na segunda-feira (10), seria seu aniversário de 93 anos. Para homenageá-la, a editora Rocco, o Instituto Moreira Salles e outras instituições promoverão uma série de atividades país afora dentro da programação Hora de Clarice. O dia instituído para a comemoração é o de seu nascimento, 10, mas desde sábado (8), fãs da autora que estiverem em São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Curitiba, Florianópolis e Brasília, entre outras cidades, já podem celebrá-la. Nessa mesma linha, o Projeto Clarice, criado em Portugal antes da Hora de Clarice, já conta com a adesão de dez cidades portuguesas e de algumas brasileiras.

Debates, leituras, shows e novo site para a autora

"Clarice tem uma posição na literatura brasileira de extremo destaque e a cada ano novos leitores descobrem sua obra", diz Paulo Rocco, que edita sua obra. Para março de 2013, ele planeja o lançamento de Clarice e Seus Quadros, com ensaio do crítico português Carlos Mendes de Souza sobre o trabalho de pintura da escritora, bem como sua relação com os quadros que comprava ou ganhava.

A programação desta edição da Hora de Clarice está mais robusta que a de 2011 e a tendência é que cresça a cada ano, com novas adesões aqui e em outros países. Em São Paulo, a primeira atração é para crianças. Sábado, às 16 h, na Livraria da Vila do Shopping Pátio Higienópolis, haverá contação de história. O livro escolhido foi Como Nasceram as Estrelas. No dia seguinte, no mesmo horário, na Vila do Shopping JK e na Saraiva do Morumbi, o tema será A Vida Íntima de Laura.

No Rio, hoje, das 11h às 13h, Teresa Montero, uma das biógrafas da escritora, comanda passeio por lugares frequentados por Clarice no centro da cidade. Às 18h, haverá bate-papo e leitura dramatizada com a atriz Beth Goulart, que interpretou Clarice no teatro. Além dela, estarão na Livraria da Travessa do Shopping Leblon Teresa Montero e a psicanalista Daisy Justus. No Instituto Moreira Salles, às 17 h, será apresentado, para crianças a partir dos 3 anos, espetáculo de bonecos baseado em O Mistério do Coelho Pensante e em Como Nasceram as Estrelas.

Neste domingo, também no Rio, fãs se reuniram no Jardim Botânico para um sarau, às 10h, quando foram lidas crônicas de A descoberta do mundo. Às 11h, houve outro passeio guiado por Teresa, ali mesmo no Jardim Botânico, seguido da inauguração dos bancos cunhados com frases da autora de A Hora da Estrela. A programação continua até às 16h, com contação de histórias e outras atividades infantis - que será o forte também em outras capitais neste fim de semana.

O grande dia. Segunda-feira concentra as atrações para o público adulto. Em São Paulo, há três opções para as 19 h. Na Cultura do Conjunto Nacional, o compositor e professor de literatura da USP, José Miguel Wisnik, fala sobre Laços de Família e A Legião Estrangeira. Na Livraria da Vila da Vila Madalena, Juliana Silvia Loyola faz a palestra O Narrador na Obra Infantil de Clarice Lispector em Texto e Imagem. E na Cultura do Shopping Bourbon, o lado jornalista da autora será abordado por Aparecida Nunes, que acaba de lançar Clarice Jornalista (Rocco), e por Nadia Battella Gotlib, organizadora de Clarice Fotobiografia (Edusp e Imprensa Oficial).

No Rio, o crítico Silviano Santiago, que é também colunista do Sabático, fala na Academia Brasileira de Letras, a partir das 17h30, sobre ficção de Clarice. Ele focará a relação dela com a política. Ao seu lado, Eduardo Portella, que conviveu com a escritora, dará um testemunho.

Eliana Yunes, diretora da Cátedra Unesco de Leitura PUC-Rio, e Regina Michelli conversam sobre o tema Encantamento e Sedução na Arte de Contar Histórias de Clarice Lispector. Será às 19h30, na Travessa do Shopping Leblon. Um pouco antes, às 19 h, no Midrash Centro Cultural, Clarice Niskier e Esther Jablonsky apresentam a peça Silêncios Claros. Na sequência, debate com Clarisse Fukelman e Arnado Niskier.

Encerrando a programação, o Instituto Moreira Salles promove, no Rio, na terça-feira, às 20h, o concerto Outra Hora da Estrela, com Jussara Silveira, Bebê Kramer, Marcelo Costa e Muri Costa.

Esses são os destaques da agenda oficial, mas todos são convidados a celebrar Clarice lendo sua obra, compartilhando suas frases nas redes sociais ou organizando outros eventos.

Site
Será lançado na segunda-feira, pelo Instituto Moreira Salles, o site www.claricelispectorims.com.br. Nele, haverá a relação de toda a sua obra comentada por especialistas, além de cronologia ilustrada, vídeo com aula de José Miguel Wisnik, álbum de retratos narrado por Nádia Gotlib e até um blog para divulgar eventos relacionados à escritora.

http://gazetaweb.globo.com/noticia.php?c=329290

Millane Hora - Ainda Estou Aqui - Clipe Oficial




Musa absoluta da cena pop alagoana!!!!

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

OSWALDO MONTENEGRO LANÇA NOVO SHOW/ÁLBUM DE INÉDITAS “DE PASSAGEM”


Premiado no cinema e no teatro, Oswaldo Montenegro retorna com força na música lançando álbum de inéditas elogiado pela crítica: “De Passagem”.

É com esse repertório, de músicas inéditas e claro, seus grandes sucessos, que Montenegro concebe o seu novo show. Empunhando a viola de 12, de 6 e teclado, ele sobe ao palco para lançar o seu novo show/CD “De Passagem”, acompanhado pelos músicos que o gravaram.

O crítico musical Tárik de Souza escreveu: “Oswaldo Montenegro surpreende com o vigor do seu novo repertório. Além da multiplicidade de estilos, do xaxado ao blues, balada, baião, canção, ele conjuga ceticismo, rebeldia e dialética nas letras, suas (na maioria) e de outros autores”.

Esse novo disco já produziu dois sucessos: “A vida quis assim” e “Eu quero ser feliz agora”, nas rádios brasileiras e na web, pois essa última foi tema de um concurso de clipes em que Montenegro premiou com R$30.000,00 os vencedores.

Além do concurso de clipes, Montenegro está lançando o "Prêmio Ana Botafogo de Dança", outro concurso na internet que visa dar oportunidade e visibilidade a talentos da dança, de qualquer estilo, premiando com R$30.000,00 as melhores performances: www.oswaldomontenegro.com.br/concurso.

Ainda Tárik de Souza:
Montenegro, que começou a carreira como instrumentista e chegou a acompanhar o original sambista Jorge Veiga, imprime sua marca de autor também no instrumental do disco, onde reveza-se no violão, piano, teclados e percussão.

Chamado de menestrel pelo crítico teatral Yan Michalski, ele dispara certeiras flechas entre a descrença (“o mundo é pequeno/ o tempo é invenção”) e a esperança (“é nunca mais/ mas é mais uma vez”), como na música “Velhos amigos”. Para a faixa título, de harmonia renascentista, Montenegro escreveu dois arranjos. “Fiz um para flauta oboé e violoncelo, que soa muito delicado e outro para a banda e coro, um pouco ‘soul’, forte, vibrante. Fiquei muito tempo pensando qual das duas formas usaria. Acabei optando pelas duas”, conta Oswaldo.

E assinala, o que melhor traduz “De Passagem” está na faixa autoral “Eu quero ser feliz agora”, que alterna balada com canto ralentado, quase rap.
“Se alguém vier com o papo perigoso de dizer/ que é preciso paciência pra viver/ que manso, imitando uma boiada/ você vai boca fechada, pro curral, se merecer (...)/ se joga na primeira ousadia que tá pra nascer o dia do futuro que te adora(...) olha pra vida e diz pra ela/ eu quero ser feliz agora”. Montenegro nunca deixou para amanhã.” (Tarik de Souza).

Ficha técnica:

Selo: APE Music
Distribuição: Microservice
Produção: Oswaldo Montenegro Produções Artística Ltda.
Direção /produção de estúdio: Alexandre Meu Rei
Arranjos: Oswaldo Montenegro
Técnico de som e mixagem: Alexandre Meu Rei
Editora: Warner Chappell (música “De Passagem”: Editora Arlequim).
Gravado nos estúdios EcoSom de novembro de 2010 a maio de 2011
Fotos: Guga Melgar e Guido Melgar
Design Gráfico: Wil Minetto
Site: www.oswaldomontenegro.com.br
Contato para shows: Agencia Produtora.
Tel (11) 2183.8383 contato@agenciaprodutora.com.br
www.agenciaprodutora.com.br

"DE PASSAGEM" SUCESSO DE CRÍTICA

“O Menestrel renova seu repertório neste CD de inéditas que reitera a contundência de seu discurso direto”. Jornal O Dia.

“Oswaldo Montenegro continua com fôlego de gato. O álbum surpreende pelo vigor do artista no bem sucedido passeio pela musicalidade brasileira e suas nuances”. Leidiane Montfort, Crítica de Música, A Gazeta - Cuiabá

“Com significativas nuanças instrumentais, o repertório do álbum reflete a alma inquieta do compositor”. Aquiles Riques Reis, crítico de música. Diário do Comercio SP.

“É com um repertório bem pensado e visivelmente maduro que Oswaldo Montenegro ressurge para o País, neste álbum que foi anunciado pela crítica especializada como surpreendente”. Yáskara Cavalcante, jornal O liberal (Belém).

“Além de compor e interpretar suas canções, Oswaldo Montenegro exibe sua versatilidade tocando piano, violão e percussão em diferentes faixas”. Jornal Extra.

“Com repertório inédito, Oswaldo Montenegro se supera no CD De Passagem”, A Tribuna - Vitória.

"CD De Passagem impressiona pela pegada e pela versatilidade do artista, ainda que ela já seja conhecida", Aaron M./Território da Música.

“Com uma variedade de estilos que vai do xaxado ao blues, o músico apresenta seu álbum de inéditas”. Jornal Agora-SP.

“Cantor combina atitude e qualidade artística no álbum. O instrumentista mostra grande capacidade de se reinventar enquanto passeia por diferentes sonoridades”. Sara Saar, Diário do Grande ABC.

“Montenegro tem o que dizer. E o faz de forma direta, marca forte deste contundente De Passagem...De Passagem expõe a honestidade e a coerência de Oswaldo Montenegro,” Mauro Ferreira, crítico especializado. Notas Musicais

“Oswaldo Montenegro surpreende com o vigor do seu novo repertório”. Tárik de Souza, crítico de música

“Com 12 faixas que prometem boas lembranças e fortes emoções, o novo disco é pura diversidade musical”. Jornal Amazônia.

“Músicas com letras bem elaboradas, ótimas melodias e que já é aclamado pela crítica especializada... Um dos melhores lançamentos do ano”. Robson Candêo, JG News.

“Oswaldo Montenegro é facilmente colocado entre as vozes masculinas mais privilegiadas do Brasil”, O Povo.

“De Passagem" fecha um ano cheio de projetos do cantor, que desde o final dos anos 70 arrebata admiradores com suas canções trovadoras”. O liberal (Americana)

“De Passagem tem surpreendido os críticos pela capacidade do artista de se renovar”. Carlinhos Santos, Jornal O Pioneiro.

“O Menestrel exibe a conhecida competência como melodista em Eu quero ser feliz agora, Velhos amigos e Pra ser feliz... O consagrado cancionista vai além... baião, blues e rap, com letras que vão da rebeldia ao ceticismo”. Irlam Rocha, Correio Braziliense.

“No auge da criatividade, Oswaldo Montenegro lança disco e celebra sucesso de seu primeiro filme.” Ana Clara Brant, Jornal Estado de Minas.

“Impecável, da qualidade sonora à iluminação, passando pela exibição de vídeos no cenário ao fundo do palco em absoluta sincronia com o compasso da música, o show foi um deleite”. Valéria Kurovsky, Jornal de Tocantins sobre o show “De Passagem”.

“Sua voz privilegiada é tudo. Ela é a faca e o queijo que dão poder incomum a um artista único”. Jornal Meio Norte, Teresina/PI

“Oswaldo Montenegro traz mais uma vez sua genialidade musical”. Diário da Manhã, Goiânia

“Todas as letras do disco são fortes”, Felipe Cruz, Jornal da Tarde-SP

“Não importa por quê é um xaxado moderno e arretado”. Diário de Pernambuco

“Oswaldo Montenegro continua colhendo os frutos de seu trabalho em várias áreas da arte...Uma das figuras mais intrigantes da musica brasileira”, O Popular, Goiânia

“Uma das trajetorias mais prolíficas da MPB”. Cruzeiro do Sul, Sorocaba.

“A música ‘Eu quero ser feliz agora’, que Oswaldo usou para o concurso de clipes, é genial”. Rodrigo Fonseca, crítico do jornal O Globo.

“Oswaldo Montenegro, que é um artista de grande valor, superou todas as expectativas”. Pietro Scaramuzzo, Osservatorio Brasile (site Italiano).

“Com ritmos variados, energia é palavra de ordem no trabalho mais recente de Oswaldo Montenegro”. A Tarde, Salvador.

Avanço científico: descoberto bactéria que decompõe plástico em 3 meses

Um adolescente este mês, descobriu uma maneira de decompor sacos de plástico em três meses. Daniel Burd, de 16 anos fez uma experiência com um projeto de feira de ciências, que terminou com uma solução revolucionária. Ele isolou os microorganismos que decompõem o plástico, e descobriu duas bactérias Sphingomonas e Pseudomonas que trabalham juntas para consumir plástico polietileno em tempo recorde.

Hoje consumimos muito plástico, o mundo produz 500 bilhões de sacos plásticos e recursos para essa produção. Fora o impacto no meio ambiente.

Ele afirma que o processo é simples, e o resultado foi satisfatório. Em 6 semanas 43% do material já havia sido decomposto, com a liberação apenas de água e de baixa quantidade de dióxido de carbono. Segundo o garoto, o sistema é barato, eficiente e facilmente aplicável em nível industrial. Precisando apenas das sacolas, um fermentador e seus micróbios.

Ainda bem, pois graças a Daniel, temos uma solução para a praga do plástico. Agora estudos precisam ser feitos, para que tenhamos infra-estrutura para aplicar essa descoberta.

Informações: inhabitat.com

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Felicidade - Adalberto Souza


No negro concreto fumegante,

a pequena flor do ipê

roxa de felicidade

parece sorrir

para enfeitar

a paisagem,

ou será saudade,

das irmãs florzinhas

que mais perto

do céu

dos galhos

mais altos

sorriem

com

maldade.


Marisa Monte inicia nova turnê em São Paulo





Aos gritos de "linda" e "maravilhosa" disparados por 1,8 mil fãs e famosos hipnotizados, a cantora Marisa Monte começou nesta quinta-feira (21) uma temporada de quatro semanas de shows repletos de projeções artísticas no HSBC Brasil, em São Paulo.
A primeira apresentação da turnê "Verdade Uma Ilusão" -- a sétima da carreira da artista de 44 anos -- em terras paulistanas começou às 22h28, com a voz marcante de Marisa em "Blanco", faixa do álbum "Barulhinho Bom", de 1996, seguida pela canção "O Que Você Quer de Verdade", título do mais recente álbum da cantora, lançado em 2011.
Logo de cara, Marisa interagiu com o público, a quem agradeceu diversas vezes pela presença e chamou de "amigo". Sempre simpática, a cantora disse "obrigada" e sorriu com os elogios gritados esporadicamente nos intervalos das músicas, chegando a suspeitar das loas vindas da plateia. "Aqui só tem amigo, é público suspeito", brincou. "Tô me sentindo muito em São Paulo, tá até garoando", disse a cantora, entre uma das músicas.



Durante a música "Descalço no Parque", escrita por Jorge Benjor, uma tela transparente que separa o palco da plateia é erguida, revelando melhor as cores do espetáculo que combina música com as obras de artistas contemporâneos brasileiros, todos citados pela cantora ao término da apresentação.
Frutos de parcerias antigas com Arnaldo Antures e Carlinhos Brown como "Arrepio", "Depois" e "Amar Alguém" se misturaram a trabalhos mais recentes da cantora como "Ilusión", composta com a artista Julieta Venegas.
Aos poucos, efeitos visuais como silhuetas dançantes controladas pela própria cantora, trechos de filmes e uma profusão de cores começam a completar o ambiente calmo e embalador criado por faixas como "Diariamente" e "Infinito Particular".
Ainda hipnotizada, a audiência é tomada de vez pelas projeções durante a música "ECT", que conta com imagens da obra "Manuscritos", de Mara Bernardes. O efeito é visto com clareza para as pessoas que ocupam os camarotes da casa. As imagens invadem o universo do espectador novamente mais tarde, durante a música "Gentileza", com palavras do "Glossário Para Viver Nas Cidades", de Marilá Dardot.
O misto de espanto inicial com berros de quem não consegue se conter ao ver a graciosidade da cantora deram lugar à tradicional batida de palmas durante as músicas "O Que Se Quer" e "Tema de Amor". Marisa também não dá a lugar à timidez e até arrisca uma dança sinuosa em "Sono Come Tu Mi Vuoi", versão da artista para a música da diva italiana Mina Mazzini.

O set é completado ainda por sucessos mais antigos como "Beija Eu" e "Não Vá Embora", esta última fechando a apresentação antes do bis.
Mas a reação mais exaltada dos fãs acontece logo após a saída de Marisa Monte do palco, que retorna poucos segundos depois, sozinha, para cantar o hit "Amor I Love You", no que foi acompanhada pelo coro do público do começo ao fim.
O acompanhamento da plateia seguiria com a música "Velha Infância". Com o público de pé desde o início do bis, o show se encerra com "Hoje Eu Não Saio, Não", mais uma faixa do último álbum de Marisa.

Homenagens e agradecimentos

 Famosos como Marina Person, Marília Gabriela, Marcelo Rubens Paiva, Zeca Camargo e José Simão também testemunharam a homenagem prestada pela cantora a Cássia Eller, que foi lembrada em "ECT".

Marisa ainda não se esquece de agradecer aos músicos do "power trio" da banda Nação Zumbi, composto pelo baterista Pupillo, o guitarrista Lúcio Maia e pelo baixista Dengue. Os três participaram das gravações do álbum "O Que Você Quer Saber de Verdade" e se misturam no show ao quarteto de cordas que participou da última turnê de Marisa, a "Universo Particular Tour". Outro remanescente que também é carinhosamente apresentado por Marisa é o músico Dadi Carvalho, ex-integrante dos Novos Baianos.
A turnê "Verdade Uma Ilusão" começou no dia 1 de junho, com shows em Curitiba e em Porto Alegre. Depois da passagem paulistana, o espetáculo será mostrado em terras cariocas, no espaço Vivo Rio. Para o restante da temporada em São Paulo, os ingressos para os setores Vip e Cadeira Alta estão esgotados, segundo a assessoria da casa de shows.
Confira o repertório da cantora em São Paulo nesta quinta-feira:
1."Blanco"
2. "O Que Você Quer Saber de Verdade"
3. "Descalço no Parque"
4. "Arrepio"
5. "Ilusión"
6. "Depois"
7. "Amar Alguém"
8. "Diariamente"
9. "Infinito Particular"
10. "ECT"
11. "De Mais Ninguém"
12. "Beija Eu"
13. "Eu Sei"
14. "Sono Come Tu Mi Vuoi"
15. "Ainda Bem"
16. "Verdade Uma Ilusão"
17. "A Sua"
18. "O Que Se Quer"
19. "Gentileza"
20. "Tema de Amor"
21. "Não Vá Embora"
Bis:
22. "Amor I Love You"
23. "Velha Infância"
24. "Hoje Eu Não Saio, Não"

VERDADE UMA ILUSÃO
Quando:
de 21 de junho a 15 de julho; quintas, às 21h30; sextas e sábados, às 22h; domingos, às 20h
Onde: HSBC Brasil - Rua Bragança Paulista, 1281 – Chácara Santo Antonio
Quanto: de R$ 240 a R$ 320
Classificação etária: 14 anos (menores somente acompanhados dos pais ou responsáveis)

http://musica.uol.com.br/ultnot/2012/06/21/marisa-monte-inicia-temporada-em-sao-paulo-com-casa-cheia-e-famosos-na-plateia.jhtm

quarta-feira, 20 de junho de 2012

A vida segundo Luiz Gonzaga


O cheiro de milho assado e o calor das fogueiras em chamas são comuns durante o mês de junho, especialmente no Nordeste brasileiro. Além do pipoco das bombinhas, o povo nordestino aprecia durante essa época outro som peculiar: é o encontro entre o choro da sanfona, o agudo do triângulo e o grave da zabumba, que faz soar os ritmos de um gênero musical tipicamente nordestino, o forró, também conhecido como arrasta-pé e bate-chinela.

As festas juninas de 2012 terão uma característica especial, pois em 13 de dezembro desse ano fará um século que nasceu Luiz Gonzaga do Nascimento, uma das mais importantes e inventivas figuras da música popular brasileira. Pernambucano nascido numa humilde fazenda no sopé da Serra de Araripe, em Exu, Luiz Gonzaga ultrapassou as fronteiras da sua terra natal, apresentando e difundindo a música nordestina a outras regiões do país.

Ao estilizar, recriar e popularizar a musicalidade nordestina, Gonzaga recebeu o posto de Rei do Baião – um dos principais ritmos do forró, seguido pelo xaxado e o xote. “Dentre aqueles gêneros diretamente criados a partir da matriz folclórica, está o baião e toda a sua família. E da família do baião Luiz Gonzaga foi o pai”, escreveu o músico brasileiro, Gilberto Gil, no prefácio da biografia Vida do Viajante: a Saga de Luiz Gonzaga, de Dominique Dreyfus. Nele, Gilberto ainda admitiu ser “um discípulo e devoto apaixonado do grande mestre do Araripe”.

Além de Gilberto Gil, o legado de Luiz Gonzaga influenciou nomes da MPB como Geraldo Vandré, Caetano Veloso, Gal Costa, Hermeto Paschoal, Alceu Valença, Geraldo Azevedo, Elba Ramalho, Belchior, Fagner e até o cantor e compositor Raul Seixas, considerado um dos pioneiros do rock brasileiro.

Ao decolar com sua Asa Branca, canção emblemática composta em 1947, em parceria com o cearense Humberto Teixeira, Luiz Gonzaga consagrou o “sertão musical” do Nordeste nos centros urbanos, onde sobreviveu e renovou-se, enriquecendo seu dom em parceria com músicos e poetas que encontrava pelo caminho. “Atingi praticamente todas as camadas sociais, cassinos etc., mas nunca me empolguei pela cidade grande e a saudade do Nordeste sempre foi eterna”, admitiu um Luiz Gonzaga enfermo, “derrubado” pela osteoporose, em entrevista concedida ao jornalista Marcos Cirano e ao fotógrafo Pedro Luiz em 17 de outubro de 1988, nove meses e 16 dias antes da morte do Rei do Baião.

“Estivesse onde estivesse: no Noroeste, no Oeste, no Sul, em São Paulo ou no sul do Sul. Aonde eu ia, encontrava as colônias nordestinas”, disse Gonzaga durante a entrevista, completando: “Saudosas colônias sem administração, sem mando, furando novas – vamos dizer assim –, procurando se apossar de um pedacinho de terra, um meio de vida melhor”. Ele ainda afirma que cantava para esse povo, lá onde estivessem, as canções mais bonitas, as mais fortes, as mais tristes e que faziam todo mundo chorar: “Meu objetivo não era esse, mas acontecia. Às vezes, eles choravam com uma coisa alegre que eu cantasse”.

Cantando um Nordeste para pessoas como ele, que viviam longe de suas raízes, Gonzaga transformou-se em um estilo, em um repertório que conquistou o país e não enfraqueceu seu ardor até os dias de hoje. “Hoje, graças a Deus, bem sucedido, menos com a saúde, continuo cantando com graça o meu forró”, de fato, ainda que não esteja presente em “carne e osso”, ele resiste ao tempo e permanece vivo na memória do povo brasileiro, por meio de gravações, um museu e outras vozes.


Fundação Biblioteca Nacional e Funarte lançam bolsas de literatura

Em ação conjunta, FBN e Funarte oferecem, 30 bolsas de criação e 20 de circulação, voltadas para a literatura

O presidente da Fundação Biblioteca Nacional, Galeno Amorim, e o Presidente da Funarte, Antonio Grassi, anunciam nesta quinta-feira, dia 28 de junho, o lançamento oficial das bolsas de criação e de circulação literária FBN/Funarte. O anúncio será feito às 16h no Auditório Eliseu Visconti, localizado no prédio sede da Fundação Biblioteca Nacional, no Centro do Rio de Janeiro. Os editais foram publicados no Diário Oficial da União do dia 19 de junho, terça-feira.
Serão oferecidas 30 bolsas voltadas para a criação literária, em âmbito nacional, no valor de R$ 15 mil cada, direcionadas a escritores iniciantes. O objetivo do edital é promover o desenvolvimento de projetos de criação de romances, contos, crônicas, novelas e poemas. Já para o edital de circulação literária serão destinadas 20 bolsas, no valor de R$ 40 mil, com o intuito de concretizar projetos voltados à promoção e difusão da literatura por meio de oficinas, cursos, contação de histórias e/ou palestras.

De acordo com o presidente da Funarte, Antonio Grassi, a grande novidade desta edição do Bolsa de Criação Literária é o incentivo a novos escritores. “Pela primeira vez, este edital será voltado exclusivamente para autores iniciantes. Com esta iniciativa, pretendemos estimular e democratizar o acesso ao fomento na área da literatura”, ressalta Grassi
O projeto, segundo o presidente da FBN, Galeno Amorim, é vital para alavancar os índices de leitura nas regiões apontadas como as mais frágeis pela pesquisa Retratos da Leitura. “Somente com o lançamento de ações afirmativas e focadas como a Bolsa de Circulação é que a Biblioteca Nacional, a Funarte e o Ministério da Cultura contribuirão de forma efetiva para a popularização da literatura de forma nacional”, avalia Galeno.

As inscrições nos editais podem ser feitas até o dia 2 de agosto.
Clique abaixo para mais informações e acesso aos editais
http://www.funarte.gov.br/literatura/fundacao-biblioteca-nacional-e-funarte-lancam-bolsas-de-literatura/

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Spartacus: Vengeance



Após fuga sangrenta da Casa de Batiatus, que concluiu"Spartacus: Blood and Sand", a rebelião de gladiadores continua e começa a causar medo no coração da República Romana em "Spartacus: Vengeance". Gaius Claudius Glaber e suas tropas romanas são enviadas a Cápua para esmagar a crescente grupo de escravos libertos que Spartacus lidera antes que possa causar danos maiores. Spartacus é apres...entado a opção de satisfazer a sua necessidade pessoal de vingança contra o homem que condenou a mulher à escravidão e à morte eventualmente a fazer os sacrifícios necessários para manter maior o seu exército . Contendo toda a ação encharcada de sangue, a sexualidade exótica, e vilania e o heroísmo que tem vindo a distinguir da série, o conto Spartacus de uma forma épica.

Série Super Divas traz cerca de 250 gravações raras ou inéditas no formato CD de 13 cantoras brasieliras por Rodrigo Faour






Amigos, após um ano e oito meses de trabalho, tenho o prazer de anunciar o lançamento da primeira série de coletâneas brasileira dedicada às nossas grandes cantoras. Super Divas, lançada pela EMI Music, tem belíssimo projeto gráfico de Flávia Oliveira e traz nos encartes um texto biográfico assinado por mim de cada uma das 13 cantoras da série, todas as letras e miniaturas das capas originais. Não foi fácil reunir tantas autorizações e conseguir todas as gravações, já que algumas matrizes se perderam, mas valeu a pena o esforço. Esta é uma das minhas maiores realizações profissionais. Agradeço muito a Jorge Lopes, da EMI, por abraçar este projeto.
O critério adotado em relação à escolha das cantoras foi incluir as divas que gravaram na Odeon e na extinta Copacabana que ainda tinham muito material raro ou inédito no formato CD. Dos 13 títulos da série, apenas dois são duplos, o de Dalva de Oliveira e o de Ademilde Fonseca – em que a mesma participou ativamente, comentando faixa a faixa, pouco antes de nos deixar aos 91 anos. As demais são: Angela Maria, Elizeth Cardoso, Maysa, Cláudia, Eliana Pittman, Waleska, Maria Alcina, Carmélia Alves, Rosana Toledo, Aracy de Almeida e Leny Eversong. Aproveitem!

Abaixo-assinado Intervenção Já - Segurança em Alagoas




Para:Ministério Público
Ao Ministerio Público

Nós, cidadãos alagoanos, abaixo-assinados, diante da crescente violência que assola o nosso estado e da total apatia, incompetência e abandono por parte de seus gestores, clamamos ao Ministério Público que intervenha junto aos orgãos competentes para que sejam estabelecidas acões efetivas na seguranca pública.

Maceio/AL 29 de Maio de 2012

Os signatários

http://www.peticaopublica.com.br/PeticaoAssinar.aspx?pi=P2012N25177

Arriete Vilela em entrevista a Roberto Amorim



Há tempos não circulam na cidade convites para lançamentos oficiais das obras da escritora alagoana Arriete Vilela. Mas não significa que a produção diminuiu ou parou. Pelo contrário.
Depois de “Obras Reunidas”, ela acaba de lançar “Luares para o amor não naufragar” (poemas) e “Alzirinha” (narrativa). Ambos estão à venda na Academia Alagoana de Letras, que funciona na Casa Jorge de Lima, na praça Sinimbu.
Arriete descobriu ser mais prazeroso e eficaz usar a internet e as conversas nas escolas e faculdades como ferramentas para divulgar suas criações literárias. Saiba mais da nova fase da escritora na entrevista abaixo.

1. Há quanto tempo os novos livros estavam na gestação?

Não sei precisar, porque normalmente maturo cada poema, cada texto na cabeça (ou no coração?), durante as minhas caminhadas à beira-mar. Depois, ao escrevê-los de fato, retrabalho-os quase exaustivamente. Não costumo publicar nenhum livro sem uma minuciosa revisão (o que, todavia, não impede que, já editado, eu encontre uma falha ou outra...).
Escrevi Luares para o Amor não naufragar ao longo de 2011, e Alzirinha neste primeiro semestre.

2. Em linhas gerais, fale um pouco de cada um deles. Que diálogos quer ter com os leitores?

Luares para o Amor não naufragar é um livro de poemas; são 45. Embora o título possa sugerir que há alguma dica de como evitar que amores naufraguem, não há; se houvesse, creio que seria um livro de autoajuda, e não de poemas (rs).
Alzirinha é um livro em que conto fatos de uma infância feliz; fatos reais, revestidos pela linguagem literária.
Meus livros sempre dialogam com os meus leitores, do leigo ao estudioso da literatura. Quando vou às escolas para conversar com os alunos, sinto que eles compreendem bem os meus textos; opinam, questionam, interagem. Na área acadêmica, há três Dissertações de Mestrado (UFAL); brevemente, a profa. Elaine Raposo defenderá a Tese de Doutoramento “Memória, corpo e espaço na poesia de Arriete Vilela” (UFAL), e a profa. Giancarla Bombonato (Unioeste, PR) está finalizando a Dissertação de Mestrado “Memória, narrativa e escrita de autoria feminina em Arriete Vilela e Berta Lucía Estrada. Além disso, há inúmeros ensaios, TCCs e monografias.

3. Eles (os livros) são “continuidades inevitáveis” de sua
trajetória literária ou trazem aspectos antes nunca experimentados?

“Tudo é e não é”, disse Guimarães Rosa. Alzirinha é uma novidade para mim, pois nunca havia escrito algo com ilustrações que remetem ao mundo infantil. Aliás, esse livro está agradando às crianças e aos adultos, o que me deixa muito feliz, naturalmente.
Luares para o Amor não naufragar é uma “continuidade” poética, sim, mas não necessariamente “inevitável”.

4. Com o passar do tempo e a abertura para novas experiências, a Literatura fica menos exigente com os escritores?

Talvez. Hoje não se vêem mais escritores como Proust, Dostoievski, Balzac, Eça de Queirós, Machado de Assis ou Joyce. Isso não quer dizer que não haja ótimos/as escritores/as, mas a própria dinamicidade da vida exige outro ritmo, digamos, literário.
Creio, porém, que o próprio autor, consciente do seu ofício, deve ser exigente com o que produz.

5. Como está sendo a experiência com a internet (blog etc.)?

A internet é, sem dúvida, uma ferramenta poderosa. Tenho um blog (apoesianasentrelinhasdavida.blogspot.com), mas, ultimamente, com palestras a fazer em escolas e faculdades, e leituras constantes para a Oficina de Leitura e Escrita Criativa, além dos compromissos pessoais, não disponho de tempo para atualizá-lo com frequência. Mas tanto o blog quanto o facebook são ótimos espaços para divulgar os meus livros e para interagir com os leitores. Também tenho e-mail, que acesso diariamente. Gosto dessas “modernidades” (rs), mas sem exageros.

6. É mais fácil publicar hoje ou a relação com editoras/custos continua difícil?

Continua difícil. De modo geral, banco os meus livros. No entanto, para o romance Lãs ao vento (2005), contei com o patrocínio da Fundação Raimundo Marinho; a Obra Poética Reunida (2010) foi feita em coedição (Secult), e esses dois mais recentes tiveram o patrocínio da Braskem.

7. Como não faz mais lançamentos, que estratégias você tem usado para divulgar as obras e dialogar com seu público.

Não basta editar o livro; ele precisa de distribuição e divulgação. Por isso, sempre envio, pelo correio, exemplares e exemplares para amigos de outros Estados (e até de outros países), para professores e críticos literários. Essa é uma forma de divulgação.
Sou sempre convidada a conversar com os alunos de escolas e faculdades, tanto públicas como particulares. Gosto dessa interação, pois são leitores de idades diferenciadas que fazem comentários muito pertinentes. Faço doações aos professores e às bibliotecas. Essa é uma outra forma de divulgação.
Quanto à divulgação midiática, não posso me queixar. Sinto-me prestigiada e valorizada na minha terra. Os jornalistas me procuram e me concedem espaço (há exceções, claro, porque não sou unanimidade). Esta entrevista que você me solicitou, por exemplo, é uma ótima divulgação virtual.
E também recebo muitos e-mails; os leitores comentam e, muitos deles, me pedem esse ou aquele livro. Não nego. É também uma forma de divulgação (e de diálogo).

8. Tem se interessado por novas “temáticas humanas”, na hora de escrever?

Desde o início da minha trajetória literária, tenho dois temas recorrentes: a Infância e o Amor. Neles cabem todas as “temáticas humanas”.

9 . De todos os ofícios, escrever é o que mais a consome?

Sempre digo que tenho o privilégio de poder conciliar a Literatura como profissão, vocação e paixão. Orientar grupos de leitura, na Oficina de Leitura e Escrita Criativa, discutir obras clássicas, estimular o gosto pelo bom texto literário – isso é muito prazeroso, pois me oferece um convívio enriquecedor e uma motivação diária.
Escrever é outra instância; exige recolhimento, disciplina, solidão. “Escrever é a minha mais profunda alegria”, disse Camus. Dá sentido à minha vida; é a “reserva florestal” da minha alma.
De modo que nenhum “ofício” me consome. Tudo o que faço me torna melhor como ser humano e como escritora.

Poema 1 - Arriete Vilela




 A Paixão
... desfilou sua exuberância
sob a janela da minha alma.

Deveria ter-se anunciado
de alguma forma,
para que eu arejasse toda a casa
e me apressasse, alegre,
para recebê-la à vista de todos.

Mas não.

Flutuante e impulsiva,
a Paixão se fez breve sob a janela
da minha alma,

e a mim, que a tenho aguardado
como a gaivota solitária aguarda
o sol nascente,
deixou-me apenas entrever com que graça
voeja para longe dos ardis
das capturas afetivas.

OSWALDO MONTENEGRO LANÇA NOVO SHOW/ÁLBUM DE INÉDITAS “DE PASSAGEM”





Premiado no cinema e no teatro, Oswaldo Montenegro retorna com força na música lançando álbum de inéditas elogiado pela crítica: “De Passagem”.

É com esse repertório, de músicas inéditas e claro, seus grandes sucessos, que Montenegro concebe o seu novo show. Empunhando a viola de 12, de 6 e teclado, ele sobe ao palco para lançar o seu novo show/CD “De Passagem”, acompanhado pelos músicos que o gravaram.

O crítico musical Tárik de Souza escreveu: “Oswaldo Montenegro surpreende com o vigor do seu novo repertório. Além da multiplicidade de estilos, do xaxado ao blues, balada, baião, canção, ele conjuga ceticismo, rebeldia e dialética nas letras, suas (na maioria) e de outros autores”.

Esse novo disco já produziu dois sucessos: “A vida quis assim” e “Eu quero ser feliz agora”, nas rádios brasileiras e na web, pois essa última foi tema de um concurso de clipes em que Montenegro premiou com R$30.000,00 os vencedores.

Além do concurso de clipes, Montenegro está lançando o "Prêmio Ana Botafogo de Dança", outro concurso na internet que visa dar oportunidade e visibilidade a talentos da dança, de qualquer estilo, premiando com R$30.000,00 as melhores performances: www.oswaldomontenegro.com.br/concurso.

Ainda Tárik de Souza:
Montenegro, que começou a carreira como instrumentista e chegou a acompanhar o original sambista Jorge Veiga, imprime sua marca de autor também no instrumental do disco, onde reveza-se no violão, piano, teclados e percussão.

Chamado de menestrel pelo crítico teatral Yan Michalski, ele dispara certeiras flechas entre a descrença (“o mundo é pequeno/ o tempo é invenção”) e a esperança (“é nunca mais/ mas é mais uma vez”), como na música “Velhos amigos”. Para a faixa título, de harmonia renascentista, Montenegro escreveu dois arranjos. “Fiz um para flauta oboé e violoncelo, que soa muito delicado e outro para a banda e coro, um pouco ‘soul’, forte, vibrante. Fiquei muito tempo pensando qual das duas formas usaria. Acabei optando pelas duas”, conta Oswaldo.

E assinala, o que melhor traduz “De Passagem” está na faixa autoral “Eu quero ser feliz agora”, que alterna balada com canto ralentado, quase rap.
“Se alguém vier com o papo perigoso de dizer/ que é preciso paciência pra viver/ que manso, imitando uma boiada/ você vai boca fechada, pro curral, se merecer (...)/ se joga na primeira ousadia que tá pra nascer o dia do futuro que te adora(...) olha pra vida e diz pra ela/ eu quero ser feliz agora”. Montenegro nunca deixou para amanhã.” (Tarik de Souza).

Ficha técnica:

Selo: APE Music
Distribuição: Microservice
Produção: Oswaldo Montenegro Produções Artística Ltda.
Direção /produção de estúdio: Alexandre Meu Rei
Arranjos: Oswaldo Montenegro
Técnico de som e mixagem: Alexandre Meu Rei
Editora: Warner Chappell (música “De Passagem”: Editora Arlequim).
Gravado nos estúdios EcoSom de novembro de 2010 a maio de 2011
Fotos: Guga Melgar e Guido Melgar
Design Gráfico: Wil Minetto
Site: www.oswaldomontenegro.com.br
Contato para shows: Agencia Produtora.
Tel (11) 2183.8383 contato@agenciaprodutora.com.br
www.agenciaprodutora.com.br

"DE PASSAGEM" SUCESSO DE CRÍTICA

“O Menestrel renova seu repertório neste CD de inéditas que reitera a contundência de seu discurso direto”. Jornal O Dia.

“Oswaldo Montenegro continua com fôlego de gato. O álbum surpreende pelo vigor do artista no bem sucedido passeio pela musicalidade brasileira e suas nuances”. Leidiane Montfort, Crítica de Música, A Gazeta - Cuiabá

“Com significativas nuanças instrumentais, o repertório do álbum reflete a alma inquieta do compositor”. Aquiles Riques Reis, crítico de música. Diário do Comercio SP.

“É com um repertório bem pensado e visivelmente maduro que Oswaldo Montenegro ressurge para o País, neste álbum que foi anunciado pela crítica especializada como surpreendente”. Yáskara Cavalcante, jornal O liberal (Belém).

“Além de compor e interpretar suas canções, Oswaldo Montenegro exibe sua versatilidade tocando piano, violão e percussão em diferentes faixas”. Jornal Extra.

“Com repertório inédito, Oswaldo Montenegro se supera no CD De Passagem”, A Tribuna - Vitória.

"CD De Passagem impressiona pela pegada e pela versatilidade do artista, ainda que ela já seja conhecida", Aaron M./Território da Música.

“Com uma variedade de estilos que vai do xaxado ao blues, o músico apresenta seu álbum de inéditas”. Jornal Agora-SP.

“Cantor combina atitude e qualidade artística no álbum. O instrumentista mostra grande capacidade de se reinventar enquanto passeia por diferentes sonoridades”. Sara Saar, Diário do Grande ABC.

“Montenegro tem o que dizer. E o faz de forma direta, marca forte deste contundente De Passagem...De Passagem expõe a honestidade e a coerência de Oswaldo Montenegro,” Mauro Ferreira, crítico especializado. Notas Musicais

“Oswaldo Montenegro surpreende com o vigor do seu novo repertório”. Tárik de Souza, crítico de música

“Com 12 faixas que prometem boas lembranças e fortes emoções, o novo disco é pura diversidade musical”. Jornal Amazônia.

“Músicas com letras bem elaboradas, ótimas melodias e que já é aclamado pela crítica especializada... Um dos melhores lançamentos do ano”. Robson Candêo, JG News.

“Oswaldo Montenegro é facilmente colocado entre as vozes masculinas mais privilegiadas do Brasil”, O Povo.

“De Passagem" fecha um ano cheio de projetos do cantor, que desde o final dos anos 70 arrebata admiradores com suas canções trovadoras”. O liberal (Americana)

“De Passagem tem surpreendido os críticos pela capacidade do artista de se renovar”. Carlinhos Santos, Jornal O Pioneiro.

“O Menestrel exibe a conhecida competência como melodista em Eu quero ser feliz agora, Velhos amigos e Pra ser feliz... O consagrado cancionista vai além... baião, blues e rap, com letras que vão da rebeldia ao ceticismo”. Irlam Rocha, Correio Braziliense.

“No auge da criatividade, Oswaldo Montenegro lança disco e celebra sucesso de seu primeiro filme.” Ana Clara Brant, Jornal Estado de Minas.

“Impecável, da qualidade sonora à iluminação, passando pela exibição de vídeos no cenário ao fundo do palco em absoluta sincronia com o compasso da música, o show foi um deleite”. Valéria Kurovsky, Jornal de Tocantins sobre o show “De Passagem”.

“Sua voz privilegiada é tudo. Ela é a faca e o queijo que dão poder incomum a um artista único”. Jornal Meio Norte, Teresina/PI

“Oswaldo Montenegro traz mais uma vez sua genialidade musical”. Diário da Manhã, Goiânia

“Todas as letras do disco são fortes”, Felipe Cruz, Jornal da Tarde-SP

“Não importa por quê é um xaxado moderno e arretado”. Diário de Pernambuco

“Oswaldo Montenegro continua colhendo os frutos de seu trabalho em várias áreas da arte...Uma das figuras mais intrigantes da musica brasileira”, O Popular, Goiânia

“Uma das trajetorias mais prolíficas da MPB”. Cruzeiro do Sul, Sorocaba.

“A música ‘Eu quero ser feliz agora’, que Oswaldo usou para o concurso de clipes, é genial”. Rodrigo Fonseca, crítico do jornal O Globo.

“Oswaldo Montenegro, que é um artista de grande valor, superou todas as expectativas”. Pietro Scaramuzzo, Osservatorio Brasile (site Italiano).

“Com ritmos variados, energia é palavra de ordem no trabalho mais recente de Oswaldo Montenegro”. A Tarde, Salvador.

Millane Hora leva show Vent Vert ao Teatro Deodoro




A cantora Millane Hora volta aos palcos do Teatro Deodoro com o show Vent Vert, no próximo dia 6 de junho, véspera de feriado, às 19h. Na apresentação, que faz parte do projeto Teatro é o Maior Barato, a artista mostrará a versão completa do show, que leva o nome do seu CD, lançado em novembro passado.
Com preços convidativos, o espetáculo é uma excelente oportunidade para quem curte a boa música alagoana. É a chance, também, daqueles que não foram ao lançamento do CD assistirem ao show com a banda completa – da base ao trio de metais, cenário assinado pelo arquiteto Alan Gaia, e figurino de Nathália Amaral e Ítalo Ehllers.
Millane promete surpresas no repertório, que irá além das músicas do seu CD. Em apresentação recente, a cantora lotou o Teatro Linda Mascarenhas com a versão acústica de Vent Vert, onde também interpretou canções nacionais que marcaram sua carreira.
Garanta já seu ingresso e comece bem o feriado!
Venda de ingressos
No dia do show, o CD Vent Vert estará à venda no teatro por um preço promocional. Os ingressos podem ser comprados por telefone (9903-5501), na bilheteria do Teatro Deodoro e nas lojas Donnatella (Maceió Shopping) e Éxit Multimarcas (Jatiúca, em frente à lanchonete Subway). A inteira custa R$ 10 e a meia-entrada, R$ 5.
SERVIÇO:
Show Vent Vert – Millane Hora
Local: Teatro Deodoro
Data: 6 de junho – véspera de feriado
Hora: 19h
Inteira: R$ 10,00
Meia-entrada: R$ 5,00
Onde comprar: Donnatella (Maceió Shopping), Éxit Multimarcas (Jatiúca, em frente à lanchonete Subway), bilheteria do Teatro Deodoro e pelo telefone (82) 9903-5501.
Mais informações: (82) 9903-5501

“Caminhada da Paz” mobiliza sociedade



A Orla de Maceió foi local de passagem para várias pessoas nesta noite de terça-feira (29). Unidas por uma causa comum e munidas com faixas, cartazes e objetos sonoros, essas pessoas pediram o fim da violência em Maceió e em todo o estado de Alagoas. A mobilização teve início às 19h, com concentração no corredor Vera Arruda, no bairro do Stella Maris – onde ocorreu o assassinato do médico José Alfredo Vasco –, e seguiu em direção à Orla, até o hotel Enseada, na Pajuçara.

Os familiares e amigos de Alfredo Vasco, assassinado no último sábado (26), estavam vestindo camisas personalizadas e em clima de comoção. Para André Palmeira, filho do médico, a insatisfação e a revolta são grandes. Ele agradeceu o apoio da imprensa e pediu vigilância, para que a morte de seu pai não caia no esquecimento e não fique impune. “Quero pedir à imprensa que fique vigilante, para que a morte de meu pai não seja esquecida”, desabafou André.
A caminhada originalmente foi organizada pelo presidente da Associação de Ciclismo de Alagoas, Carlos Alberto Sampaio de Araújo, juntamente com familiares de Alfredo Vasco. Eles queriam um ato pacífico para protestar pela falta de segurança pública no estado. A mobilização para o ato repercutiu de forma ampla nas redes sociais, como Facebook e Twitter, e contou com a presença de moradores de bairros próximos ao local do assassinato do médico otorrinolaringologista. A morte de Alfredo Vasco foi o ápice da insatisfação da população para com a violência, segundo o depoimento de vários cidadãos.

Em clima de comoção e silêncio, várias pessoas caminharam junto dos familiares e amigos de Alfredo. Em determinado momento, André Palmeira pediu para que todos rezassem e pedissem por paz. “A gente só quer paz, só isso”, desabafou André. Ao longo da caminhada, pessoas que assistiam nas varandas de seus prédios estenderam lençóis brancos e incentivaram a iniciativa. Por várias vezes houve aplausos prolongados, sempre em clima de comoção.
Para o Deputado Estadual Judson Cabral, presente na caminhada, a manifestação é justa e necessária. “Que ela venha motivar algo maior, e para que o governo preste contas à sociedade dos gastos com segurança pública”, afirmou Judson. Quem também esteve presente na Caminhada da Paz foi o presidente da Câmara de Vereadores de Maceió, Galba Novaes. Ele acompanhou a manifestação em silêncio, levando solidariedade aos parentes do médico assassinado.

Frases de efeito foram proferidas durante todo o ato pelo locutor Wellington Martins, que tomou a frente do ato utilizando um carro de som: “temos os piores índices de violência do país”; “o bandido pode ter uma arma de uso exclusivo do exército. Isso é um absurdo. Está na hora de dar um basta”.

Daniel Novaes, amigo da família de Alfredo há cerca de 20 anos, o clima é de indignação. “Dr. Alfredo foi morto covardemente. Deixou três filhos, dois netos e vários amigos. Mas a população está dando a resposta”, desabafou Daniel.

Os organizadores da caminhada ressaltaram que além da morte do médico, o ato também serve para lembrar as várias vítimas que sofreram nas últimas semanas com a violência. “Queremos lembrar o taxista que foi morto recentemente, do deficiente físico morto no Vergel do Lago, do gerente do banco seqüestrado e tantas outras vítimas da violência”, afirmou um dos organizadores.

A família de Alfredo Vasco convidou toda a população para a Missa de Sétimo Dia, a ser realizada na igreja São Lucas, no bairro de Mangabeiras, e que terminará com uma caminhada até o corredor Vera Arruda, no exato local em que José Alfredo foi assassinado.


http://gazetaweb.globo.com/noticia.php?c=314365&e=13

Dom Casmurro ganha versão em quadrinhos



O clássico literário “Dom Casmurro” acaba de ganhar nova versão em quadrinhos. A obra de Machado de Assis lançada em 1899, ganhou nova roupagem com ilustração de Rodrigo Rosa e roteiro de Ivan Jaf.
O clássico trata a história de Bento Santiago, um jovem rapaz prometido a padre, mas que descobre uma paixão por sua amiga de infância, Capitu. Bento é o narrador da própria trajetória e tenta na velhice "atar as duas pontas da vida."
Recentemente a obra do escritor carioca também ganhou versão da editora Nemo, com autoria de Wellington Srbek e José Aguiar, lançada em 2011. Abreviando o título para "DC", o artista Mario Cau lançará sua versão do livro ainda em 2012.
Outras obras de Machado de Assis também ganharam versões em quadrinhos, como a famosa "O Alienista", de Gabriel Bá e Fábio Moon e a didática "Memórias Póstumas de Brás Cubas", lançada pela editora Escala.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

DOBRA, de Alice Jardim

 
 
 
Cenários urbanos imaginários através da cidade observada como um jogo de reprodução de luz. Maceió dobra, desdobra e se multiplica aos olhos e lentes de Alice.

A exposição DOBRA, de Alice Jardim, nos apresenta em suas fotografias e vídeos, composições que delineiam a cidade a partir das luzes, ilusões montadas com imagens reais.

Nesta sua primeira exposição individual, Alice alia a experiência... como realizadora audiovisual, fotógrafa e arquiteta urbanista à criação de uma série que surge a partir da inquietação pessoal sobre o fenômeno urbano. A cada movimento surge combinações variadas, onde a proposta é a abstração dos elementos da cidade apresentados pelo imaginário artístico.

Como parte integrante desta exposição está o vídeo TODAVIA, premiado com o primeiro lugar na Mostra Competitiva Nacional do Festival Vivo Arte.Mov 2012, que aconteceu em Belo Horizonte no final de abril.

DOBRA estará na Pinacoteca Universitária, e tem sua abertura marcada para o dia 17 de maio, ás 20h, prosseguindo a mostra até 29 de junho.

Homenagem do Google a Howard Carter reabre discussão sobre antiguidades


No dia em que o Google homenageia o arqueólogo e egiptólogo britânico Howard Carter, uma velha discussão volta a tomar conta do campo das artes e da cultura. Trata-se dos pedidos do Egito para que museus da Europa e dos Estados Unidos devolvam peças históricas que foram levadas do país nos últimos séculos, em grande parte de forma ilegal.
A discussão já é antiga. Em outubro de 2009, os egípcios pressionaram e a França mostrou-se disposta a devolver cinco fragmentos de afrescos pintados em tumbas antigas. As peças haviam sido adquiridas pelo museu do Louvre entre 2000 e 2003, segundo o ministro francês da Cultura à época, Frederic Mitterand.
Na ocasião, o ministro alegou que as peças teriam sido adquiridas “de boa fé” pelo Louvre. Os egípcios não aceitaram as desculpas francesas e liderados por Zahi Hawass, um dos principais arqueólogos do Egito e à época diretor do Conselho Supremo para Antiguidades, afirmaram que não mais cooperariam com o museu francês caso as peças não fossem devolvidas.
Em 2011, a discussão voltou a ser intensificada e o museu Metropolitan de Nova York concordou em devolver aos egípcios 19 peças antigas que datam da época do faraó Tutancâmon.
Os objetos, que teriam sido levados retirados do Egito justamente por Carter, incluem um cachorro de bronze de dois centímetros de altura e parte de um bracelete que também havia sido encontrada pelo arqueólogo junto à tumba de Tutancâmon.




Nem mesmo as revoltas contra o ex-presidente egípcio Hosni Mubarak, que deixou o poder em fevereiro do ano passado, fizeram com que as reivindicações do país perdessem força. Durante alguns protestos contra o antigo governo, manifestantes entraram em alguns museus do Cairo e certas peças foram danificadas.
Os egípcios exigem ainda a devolução da Pedra de Roseta e do busto de Ramsés II, que estão em museus de Londres, da máscara do príncipe Kanefer e estátuas retiradas de pirâmides, que se encontram nos Estados Unidos, do Zodíaco de Dendera, que está no Louvre, na França e do busto de Neférfiti, no Museu Neues, na Alemanha. Apesar disso, os países ainda não avançaram nas negociações envolvendo essas peças específicas.
Howard Carter, homenageado pela ferramenta doodle do Google, completaria 138 anos nesta quarta. Sua principal descoberta aconteceu em 1922, quando encontrou o túmulo de Tutancâmon, o mais preservado já encontrado è época. A maioria dos objetos catálogados pelo britânico foi levada nos anos seguintes à Europa e aos Estados Unidos.


quarta-feira, 25 de abril de 2012

Aqueles dois - Caio Fernando Abreu



(História de aparente mediocridade e repressão)


Para Rofran Fernandes:

"I announce adhesiveness,

I say it shall be limitless,

unloosen il.

I say you shall yet find the

friend youwere looking for."

(Walt Whitman: So Long!)



A verdade é que não havia mais ninguém em volta. Meses depois, não no começo, um deles diria que a repartição era como "um deserto de almas". O outro concordou sorrindo, orgulhoso, sabendo-se excluído. E longamente, entre cervejas, trocaram então ácidos comentários sobre as mulheres mal-amadas e vorazes, os papos de futebol, amigo secreto, lista de presente, bookmaker, bicho, endereço de cartomante, clips no relógio de ponto, vezenquando salgadinhos no fim do expediente, champanha nacional em copo de plástico. Num deserto de almas também desertas, uma alma especial reconhece de imediato a outra — talvez por isso, quem sabe? Mas nenhum se perguntou.

Não chegaram a usar palavras como "especial", "diferente" ou qualquer coisa assim. Apesar de, sem efusões, terem se reconhecido no primeiro segundo do primeiro minuto. Acontece porém que não tinham preparo algum para dar nome às emoções, nem mesmo para tentar entendê-las. Não que fossem muito jovens, incultos demais ou mesmo um pouco burros. Raul tinha um ano mais que trinta; Saul, um menos. Mas as diferenças entre eles não se limitavam a esse tempo, a essas letras. Raul vinha de um casamento fracassado, três anos e nenhum filho. Saul, de um noivado tão interminável que terminara um dia, e um curso frustrado de Arquitetura. Talvez por isso, desenhava. Só rostos, com enormes olhos sem íris nem pupilas. Raul ouvia música e, às vezes, de porre, pegava o violão e cantava, principalmente velhos boleros em espanhol. E cinema, os dois gostavam.

Passaram no mesmo concurso para a mesma firma, mas não se encontraram durante os testes. Foram apresentados no primeiro dia de trabalho de cada um. Disseram prazer, Raul, prazer, Saul, depois como é mesmo o seu nome? sorrindo divertidos da coincidência. Mas discretos, porque eram novos na firma e a gente, afinal, nunca sabe onde está pisando. Tentaram afastar-se quase imediatamente, deliberando limitarem-se a um cotidiano oi, tudo bem ou, no máximo, às sextas, um cordial bom fim de semana, então. Mas desde o princípio alguma coisa — fados, astros, sinas, quem saberá? conspirava contra (ou a favor, por que não?) aqueles dois.

Suas mesas ficavam lado a lado. Nove horas diárias, com intervalo de uma para o almoço. E perdidos no meio daquilo que Raul (ou teria sido Saul?) chamaria, meses depois, exatamente de "um deserto de almas", para não sentirem tanto frio, tanta sede, ou simplesmente por serem humanos, sem querer justificá-los — ou, ao contrário, justificando-os plena e profundamente, enfim: que mais restava àqueles dois senão, pouco a pouco, se aproximarem, se conhecerem, se misturarem? Pois foi o que aconteceu. Tão lentamente que mal perceberam.


II

 
Eram dois moços sozinhos. Raul tinha vindo do norte, Saul tinha vindo do sul. Naquela cidade, todos vinham do norte, do sul, do centro, do leste — e com isso quero dizer que esse detalhe não os tornaria especialmente diferentes. Mas no deserto em volta, todos os outros tinham referenciais, uma mulher, um tio, uma mãe, um amante. Eles não tinham ninguém naquela cidade — de certa forma, também em nenhuma outra —, a não ser a si próprios. Diria também que não tinham nada, mas não seria inteiramente verdadeiro.

Além do violão, Raul tinha um telefone alugado, um toca-discos com rádio e um sabiá na gaiola, chamado Carlos Gardel. Saul, uma televisão colorida com imagem fantasma, cadernos de desenho, vidros de tinta nanquim e um livro com reproduções de Van Gogh. Na parede do quarto de pensão, uma outra reprodução de Van Gogh: aquele quarto com a cadeira de palhinha parecendo torta, a cama estreita, as tábuas do assoalho, colocado na parede em frente à cama. Deitado, Saul tinha às vezes a impressão de que o quadro era um espelho refletindo, quase fotograficamente, o próprio quarto, ausente apenas ele mesmo. Quase sempre, era nessas ocasiões que desenhava.

Eram dois moços bonitos também, todos achavam. As mulheres da repartição, casadas, solteiras, ficaram nervosas quando eles surgiram, tão altos e altivos, comentou, olhos arregalados, uma das secretárias. Ao contrário dos outros homens, alguns até mais jovens, nenhum tinha barriga ou aquela postura desalentada de quem carimba ou datilografa papéis oito horas por dia.

Moreno de barba forte azulando o rosto, Raul era um pouco mais definido, com sua voz de baixo profundo, tão adequada aos boleros amargos que gostava de cantar. Tinham a mesma altura, o mesmo porte, mas Saul parecia um pouco menor, mais frágil, talvez pelos cabelos claros, cheios de caracóis miúdos, olhos assustadiços, azul desmaiado. Eram bonitos juntos, diziam as moças. Um doce de olhar. Sem terem exatamente consciência disso, quando juntos os dois aprumavam ainda mais o porte e, por assim dizer, quase cintilavam, o bonito de dentro de um estimulando o bonito de fora do outro, e vice-versa. Como se houvesse entre aqueles dois, uma estranha e secreta harmonia.

III


Cruzavam-se, silenciosos mas cordiais, junto à garrafa térmica do cafezinho, comentando o tempo ou a chatice do trabalho, depois voltavam às suas mesas. Muito de vez em quando, um pedia um cigarro ao outro, e quase sempre trocavam frases como tanta vontade de parar, mas nunca tentei, ou já tentei tanto, agora desisti. Durou tempo, aquilo. E teria durado muito mais, porque serem assim fechados, quase remotos, era um jeito que traziam de longe. Do norte, do sul.

Até um dia em que Saul chegou atrasado e, respondendo a um vago que que houve, contou que tinha ficado até tarde assistindo a um velho filme na televisão. Por educação, ou cumprindo um ritual, ou apenas para que o outro não se sentisse mal chegando quase às onze, apressado, barba por fazer, Raul deteve os dedos sobre o teclado da máquina e perguntoü: que filme? Infâmia, Saul contou baixo, Audrey Hepburn, Shirley MacLayne, um filme muito antigo, ninguém conhece. Raul olhou-o devagar, e mais atento, como ninguém conhece? eu conheço e gosto muito. Abalado, convidou Saul para um café e, no que restava daquela manhã muito fria de junho, o prédio feio mais que nunca parecendo uma prisão ou uma clínica psiquiátrica, falaram sem parar sobre o filme.

Outros filmes viriam, nos dias seguintes, e tão naturalmente como se de alguma forma fosse inevitável, também vieram histórias pessoais, passados, alguns sonhos, pequenas esperança e sobretudo queixas. Daquela firma, daquela vida, daquele nó, confessaram uma tarde cinza de sexta, apertado no fundo do peito. Durante aquele fim de semana obscuramente desejaram, pela primeira vez, um em sua quitinete, outro na pensão, que o sábado e o domingo caminhassem depressa para dobrar a curva da meia-noite e novamente desaguar na manhã de segunda-feira quando, outra vez, se encontrariam para: um café. Assim foi, e contaram um que tinha bebido além da conta, outro que dormira quase o tempo todo. De muitas coisas falaram aqueles dois nessa manhã, menos da falta que sequer sabiam claramente ter sentido.

Atentas, as moças em volta providenciavam esticadas aos bares depois do expediente, gafieiras, discotecas, festinhas na casa de uma, na casa de outra. A princípio esquivos, acabaram cedendo, mas quase sempre enfiavam-se pelos cantos e sacadas para contar suas histórias intermináveis. Uma noite, Raul pegou o violão e cantou Tú Me Acostumbraste. Nessa mesma festa, Saul bebeu demais e vomitou no banheiro. No caminho até os táxis separados, Raul falou pela primeira vez no casamento desfeito. Passo incerto, Saul contou do noivado antigo. E concordaram, bêbados, que estavam ambos cansados de todas as mulheres do mundo, suas tramas complicadas, suas exigências mesquinhas. Que gostavam de estar assim, agora, sós, donos de suas próprias vidas. Embora, isso não disseram, não soubessem o que fazer com elas.

Dia seguinte, de ressaca, Saul não foi trabalhar nem telefonou. Inquieto, Raul vagou o dia inteiro pelos corredores subitamente desertos, gelados, cantando baixinho Tú Me Acostumbraste, entre inúmeros cafés e meio maço de cigarros a mais que o habitual.

IV

Os fins de semana tornaram-se tão longos que um dia, no meio de um papo qualquer, Raul deu a Saul o número de seu telefone, alguma coisa que você precisar, se ficar doente, a gente nunca sabe. Domingo depois do almoço, Saul telefonou só para saber o que o outro estava fazendo, e visitou-o, e jantaram juntos a comidinha mineira que a empregada deixara pronta sábado. Foi dessa vez que, ácidos e unidos, falaram no tal deserto, nas tais almas. Há quase seis meses se conheciam. Saul deu-se bem com Carlos Gardel, que ensaiou um canto tímido ao cair da noite. Mas quem cantou foi Raul: Perfídia, La Barca e, a pedido de Saul, outra vez, duas vezes, Tú Me Acostumbraste. Saul gostava principalmente daquele pedacinho assim sutil llegaste a mí como una tentación llenando de inquietud mi corazón. Jogaram algumas partidas de buraco e, por volta das nove, Saul se foi.

Na segunda, não trocaram uma palavra sobre o dia anterior. Mas falaram mais que nunca, e muitas vezes foram ao café. As moças em volta espiavam, às vezes cochichando sem que eles percebessem. Nessa semana, pela primeira vez almoçaram juntos na pensão de Saul, que quis subir ao quarto para mostrar os desenhos, visitas proibidas à noite, mas faltavam cinco para as duas e o relógio de ponto era implacável. Saíam e voltavam juntos, desde então, geralmente muito alegres. Pouco tempo depois, com pretexto de assistir a Vagas Estrelas da Ursa na televisão de Saul, Raul entrou escondido na pensão, uma garrafa de conhaque no bolso interno do paletó. Sentados no chão, costas apoiadas na cama estreita, quase não prestaram atenção no filme. Não paravam de falar. Cantarolando Io Che Non Vivo, Raul viu os desenhos, olhando longamente a reprodução de Van Gogh, depois perguntou como Saul conseguia viver naquele quartinho tão pequeno. Parecia sinceramente preocupado. Não é triste? perguntou. Saul sorriu forte: a gente acostuma.

Aos domingos, agora, Saul sempre telefonava. E vinha. Almoçavam ou jantavam, bebiam, fumavam, falavam o tempo todo. Enquanto Raul cantava — vezenquando El Día Que Me Quieras, vezenquando Noche de Ronda —, Saul fazia carinhos lentos na cabecinha de Carlos Gardel, pousado no seu dedo indicador. Às vezes olhavam-se. E sempre sorriam. Uma noite, porque chovia, Saul acabou dormindo no sofá. Dia seguinte, chegaram juntos à repartição, cabelos molhados do chuveiro. As moças não falaram com eles. Os funcionários barrigudos e desalentados trocaram alguns olhares que os dois não saberiam compreender, se percebessem. Mas nada perceberam, nem os olhares nem duas ou três piadas. Quando faltavam dez minutos para as seis, saíram juntos, altos e altivos, para assistir ao último filme de Jane Fonda.

V

Quando começava a primavera, Saul fez aniversário. Porque achava seu amigo muito solitário, ou por outra razão assim, Raul deu a ele a gaiola com Carlos Gardel. No começo do verão, foi a vez de Raul fazer aniversário. E porque estava sem dinheiro, porque seu amigo não tinha nada nas paredes da quitinete, Saul deu a ele a reprodução de Van Gogh. Mas entre esses dois aniversários, aconteceu alguma coisa.

No norte, quando começava dezembro, a mãe de Raul morreu e ele precisou passar uma semana fora. Desorientado, Saul vagava pelos corredores da firma esperando um telefonema que não vinha, tentando em vão concentrar-se nos despachos, processos, protocolos. Á noite, em seu quarto, ligava a televisão gastando tempo em novelas vadias ou desenhando olhos cada vez mais enormes, enquanto acariciava Carlos Gardel. Bebeu bastante, nessa semana. E teve um sonho: caminhava entre as pessoas da repartição, todas de preto, acusadoras. À exceção de Raul, todo de branco, abrindo os braços para ele. Abraçados fortemente, e tão próximos que um podia sentir o cheiro do outro. Acordou pensando mas ele é que devia estar de luto.

Raul voltou sem luto. Numa sexta de tardezinha, telefonou para a repartição pedindo a Saul que fosse vê-lo. A voz de baixo profundo parecia ainda mais baixa, mais profunda. Saul foi. Raul tinha deixado a barba crescer. Estranhamente, ao invés de parecer mais velho ou mais duro, tinha um rosto quase de menino. Beberam muito nessa noite. Raul falou longamente da mãe — eu podia ter sido mais legal com ela, disse, e não cantou. Quando Saul estava indo embora, começou a chorar. Sem saber ao certo o que fazia, Saul estendeu a mão e, quando percebeu, seus dedos tinham tocado a barba crescida de Raul. Sem tempo para compreenderem, abraçaram-se fortemente. E tão próximos que um podia sentir o cheiro do outro: o de Raul, flor murcha, gaveta fechada; o de Saul, colônia de barba, talco. Durou muito tempo. A mão de Saul tocava a barba de Raul, que passava os dedos pelos caracóis miúdos do cabelo do outro. Não diziam nada. No silêncio era possível ouvir uma torneira pingando longe. Tanto tempo durou que, quando Saul levou a mão ao cinzeiro, o cigarro era apenas uma longa cinza que ele esmagou sem compreender.

Afastaram-se, então. Raul disse qualquer coisa como eu não tenho mais ninguém no mundo, e Saul outra coisa qualquer como você tem a mim agora, e para sempre. Usavam palavras grandes — ninguém, mundo, sempre — e apertavam-se as duas mãos ao mesmo tempo, olhando-se nos olhos injetados de fumo e álcool. Embora fosse sexta e não precisassem ir à repartição na manhã seguinte, Saul despediu-se. Caminhou durante horas pelas ruas desertas, cheias apenas de gatos e putas. Em casa; acariciou Carlos Gardel até que os dois dormissem. Mas um pouco antes, sem saber por quê, começou a chorar sentindo-se só e pobre e feio e infeliz e confuso e abandonado e bêbado e triste, triste, triste. Pensou em ligar para Raul, mas não tinha fichas e era muito tarde.

Depois, chegou o Natal, o Ano-Novo que passaram juntos, recusando convites dos colegas de repartição. Raul deu a Saul uma reprodução do Nascimento de Vênus, que ele colocou na parede exatamente onde estivera o quarto de Van Gogh. Saul deu a Raul um disco chamado Os Grandes Sucessos de Dalva de Oliveira. O que mais ouviram foi Nossas Vidas, prestando atenção no pedacinho que dizia até nossos beijos parecem beijos de quem nunca amou.

Foi na noite de trinta e um, aberta a champanhe na quitinete de Raul, que Saul ergueu a taça e brindou à nossa amizade que nunca nunca vai terminar. Beberam até quase cair. Na hora de deitar, trocando a roupa no banheiro, muito bêbado, Saul falou que ia dormir nu. Raul olhou para ele e disse você tem um corpo bonito. Você também, disse Saul, e baixou os olhos. Deitaram ambos nus, um na cama atrás do guarda-roupa, outro no sofá. Quase a noite inteira, um conseguia ver a brasa acesa do cigarro do outro, furando o escuro feito um demônio de olhos incendiados. Pela manhã, Saul foi embora sem se despedir para que Raul não percebesse suas fundas olheiras.


Quando janeiro começou, quase na época de tirarem férias — e tinham planejado, juntos, quem sabe Parati, Ouro Preto, Porto Seguro — ficaram surpresos naquela manhã em que o chefe de seção os chamou, perto do meio-dia. Fazia muito calor. Suarento, o chefe foi direto ao assunto. Tinha recebido algumas cartas anônimas. Recusou-se a mostrá-las. Pálidos, ouviram expressões como "relação anormal e ostensiva", "desavergonhada aberração", "comportamento doentio", "psicologia deformada", sempre assinadas por Um Atento Guardião da Moral. Saul baixou os olhos desmaiados, mas Raul colocou-se em pé. Parecia muito alto quando, com uma das mãos apoiadas no ombro do amigo e a outra erguendo-se atrevida no ar, conseguiu ainda dizer a palavra nunca, antes que o chefe, entre coisas como a-reputação-de-nossa-firma, declarasse frio: os senhores estão despedidos.

Esvaziaram lentamente cada um a sua gaveta, a sala deserta na hora do almoço, sem se olharem nos olhos. O sol de verão escaldava o tampo de metal das mesas. Raul guardou no grande envelope pardo um par de olhos enormes, sem íris nem pupilas, presente de Saul, que guardou no seu grande envelope pardo, com algumas manchas de café, a letra de Tú Me Acostumbraste, escrita à mão por Raul numa tarde qualquer de agosto. Desceram juntos pelo elevador, em silêncio.

Mas quando saíram pela porta daquele prédio grande e antigo, parecido com uma clínica ou uma penitenciária, vistos de cima pelos colegas todos postos na janela, a camisa branca de um, a azul do outro, estavam ainda mais altos e mais altivos. Demoraram alguns minutos na frente do edifício. Depois apanharam o mesmo táxi, Raul abrindo a porta para que Saul entrasse. Ai-ai, alguém gritou da janela. Mas eles não ouviram. O táxi já tinha dobrado a esquina.

Pelas tardes poeirentas daquele resto de janeiro, quando o sol parecia a gema de um enorme ovo frito no azul sem nuvens no céu, ninguém mais conseguiu trabalhar em paz na repartição. Quase todos ali dentro tinham a nítida sensação de que seriam infelizes para sempre. E foram. *
 
*O conto acima foi publicado no livro "Morangos Mofados", Editora Brasiliense - São Paulo, 1982. Incluído entre "Os Cem Melhores Contos Brasileiros do Século", seleção de Ítalo Moriconi, Editora Objetiva — Rio de Janeiro, 2000, pág. 439, de onde foi extraído.