quarta-feira, 30 de maio de 2012

“Caminhada da Paz” mobiliza sociedade



A Orla de Maceió foi local de passagem para várias pessoas nesta noite de terça-feira (29). Unidas por uma causa comum e munidas com faixas, cartazes e objetos sonoros, essas pessoas pediram o fim da violência em Maceió e em todo o estado de Alagoas. A mobilização teve início às 19h, com concentração no corredor Vera Arruda, no bairro do Stella Maris – onde ocorreu o assassinato do médico José Alfredo Vasco –, e seguiu em direção à Orla, até o hotel Enseada, na Pajuçara.

Os familiares e amigos de Alfredo Vasco, assassinado no último sábado (26), estavam vestindo camisas personalizadas e em clima de comoção. Para André Palmeira, filho do médico, a insatisfação e a revolta são grandes. Ele agradeceu o apoio da imprensa e pediu vigilância, para que a morte de seu pai não caia no esquecimento e não fique impune. “Quero pedir à imprensa que fique vigilante, para que a morte de meu pai não seja esquecida”, desabafou André.
A caminhada originalmente foi organizada pelo presidente da Associação de Ciclismo de Alagoas, Carlos Alberto Sampaio de Araújo, juntamente com familiares de Alfredo Vasco. Eles queriam um ato pacífico para protestar pela falta de segurança pública no estado. A mobilização para o ato repercutiu de forma ampla nas redes sociais, como Facebook e Twitter, e contou com a presença de moradores de bairros próximos ao local do assassinato do médico otorrinolaringologista. A morte de Alfredo Vasco foi o ápice da insatisfação da população para com a violência, segundo o depoimento de vários cidadãos.

Em clima de comoção e silêncio, várias pessoas caminharam junto dos familiares e amigos de Alfredo. Em determinado momento, André Palmeira pediu para que todos rezassem e pedissem por paz. “A gente só quer paz, só isso”, desabafou André. Ao longo da caminhada, pessoas que assistiam nas varandas de seus prédios estenderam lençóis brancos e incentivaram a iniciativa. Por várias vezes houve aplausos prolongados, sempre em clima de comoção.
Para o Deputado Estadual Judson Cabral, presente na caminhada, a manifestação é justa e necessária. “Que ela venha motivar algo maior, e para que o governo preste contas à sociedade dos gastos com segurança pública”, afirmou Judson. Quem também esteve presente na Caminhada da Paz foi o presidente da Câmara de Vereadores de Maceió, Galba Novaes. Ele acompanhou a manifestação em silêncio, levando solidariedade aos parentes do médico assassinado.

Frases de efeito foram proferidas durante todo o ato pelo locutor Wellington Martins, que tomou a frente do ato utilizando um carro de som: “temos os piores índices de violência do país”; “o bandido pode ter uma arma de uso exclusivo do exército. Isso é um absurdo. Está na hora de dar um basta”.

Daniel Novaes, amigo da família de Alfredo há cerca de 20 anos, o clima é de indignação. “Dr. Alfredo foi morto covardemente. Deixou três filhos, dois netos e vários amigos. Mas a população está dando a resposta”, desabafou Daniel.

Os organizadores da caminhada ressaltaram que além da morte do médico, o ato também serve para lembrar as várias vítimas que sofreram nas últimas semanas com a violência. “Queremos lembrar o taxista que foi morto recentemente, do deficiente físico morto no Vergel do Lago, do gerente do banco seqüestrado e tantas outras vítimas da violência”, afirmou um dos organizadores.

A família de Alfredo Vasco convidou toda a população para a Missa de Sétimo Dia, a ser realizada na igreja São Lucas, no bairro de Mangabeiras, e que terminará com uma caminhada até o corredor Vera Arruda, no exato local em que José Alfredo foi assassinado.


http://gazetaweb.globo.com/noticia.php?c=314365&e=13

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