terça-feira, 29 de novembro de 2011

Waldick: Sempre no Meu Coração



A atriz Patrícia Pillar demonstra talento na direção com o documentário Waldick: Sempre no Meu Coração, sua primeira experiência por trás das câmeras. O filme apresenta aspectos da vida pessoal, e o prazer em recitar versos, do introspectivo músico do interior baiano. O selo Coleção Canal Brasil, criado no intuito de privilegiar a divulgação de filmes nacionais (documentários e ficção), lançou o DVD do documentário em agosto e pretende distribuir 14 títulos até o fim de 2011.

A partir de 2005, Patrícia Pillar decidiu acompanhar o cantor em shows pelo sertão do Ceará, Bahia e São Paulo. Com uma pequena equipe de filmagem, Patrícia mesclou imagens das apresentações e entrevistas com pessoas que passaram pela vida do músico.

Tecnicamente, os méritos da obra são incontestáveis. Enquanto o automóvel percorre uma estrada de interior, o plano detalhe no chapéu preto – acessório marcante na indumentária do cantor – ilustra a abertura de Waldick: Sempre no Meu Coração. A fotografia que mostra a luz dura do sertão, os planos próximos nos rostos dos entrevistados, e a subjetividade dos quadros que compõem imagens de shows, comprovam a habilidade de Patrícia Pillar em manter-se próxima ao personagem, centrada no vínculo íntimo com uma figura marcada por diversas nuances.

Melancólico, romântico, reflexivo ou cafajeste, beberrão ou solitário? O músico que se vestia de preto por causa do apreço pelo herói Durango Kid era uma figura humana interessante, justamente por não se ater a uma ou outra categoria. Era vasto e pulsante, como sua própria vida.

Mulherengo, não se sabe, ao certo, quantas mulheres amou (ou se de fato amou alguma), mas muitas passaram por sua vida, encantadas pelos sábios versos de um trovador que não gostava de ser chamado de ‘brega’, ou ‘cafona’. Identificava-se como cantor romântico. Waldick vivia como numa espécie de roadie movie, em eterno movimento, sem prender-se a amores duradouros. Antes de ser estrela da música romântica, Waldick Soriano foi engraxate, lavrador e garimpeiro. Gravou o primeiro disco nos anos 1960, em São Paulo, e ao longo de 18 anos mais de 28 LP´s foram lançados.


Waldick: Sempre no Meu Coração – 58 min
Brasil – 2009

Direção: Patrícia Pillar
Roteiro: Patrícia Pillar, Fausto Nilo, Quito Ribeiro

FONTE: http://www.cinemanarede.com/2011/09/critica-waldick-sempre-no-meu-coracao.html

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Stephen King

Escritor americano nascido em 21/09/1947 em Portland (Maine), Stephen Edwin King pode ser considerado como "O Mestre do Horror Moderno", devido ao seu notável talento em escrever livros e contar histórias recheadas com elementos sobrenaturais. Sua obra literária alcançou um sucesso e reconhecimento tão grandes, que foi traduzida para mais de 35 países e dezenas de suas histórias foram adaptadas para o cinema e televisão, tornando-se um dos autores mais filmados na história do cinema de horror, ao lado de outros mestres como Edgar Allan Poe, H. P. Lovecraft e Clive Barker.
No começo de 1959, ele iniciou suas atividades literárias editando um fanzine local chamado "Dave´s Rag" juntamente com seu irmão mais velho David. Com baixa tiragem e utilizando recursos modestos de produção, eles reproduziam o jornal com o auxílio de um mimeógrafo e distribuíam na cidade onde moravam, Derham.
Em 1963, com a ajuda do amigo Chris Chesley, King publicou uma coleção com 18 contos sobrenaturais chamada "People, Places, and Things – Volume I", vindo um ano depois a publicar de forma amadora o livro "The Star Invaders". Aos 18 anos de idade, Stephen King teve seu primeiro trabalho publicado, o conto "I Was a Teenage Grave Robber", na revista "Comics Review". Em 1967, ele teve sua primeira história vendida, "The Glass Floor", para a revista "Startling Mystery Stories".
Em janeiro de 1971, o escritor casou-se com Tabitha Jane Spruce, com quem vive até hoje. Ela foi a responsável pelo marido terminar de escrever o livro "Carrie", cujo projeto tinha sido abandonado por ele antes da conclusão. Publicado em 1974 e transformado em filme dois anos depois nas mãos do diretor Brian De Palma, a história de uma adolescente com poderes telecinéticos que se vinga mortalmente dos colegas de escola que a desprezavam, foi um grande sucesso de bilheteria e impulsionou de forma avassaladora a carreira de Stephen King, que a partir daí iniciou uma overdose de lançamentos de livros como "A Hora do Vampiro" (1975), "O Iluminado" (1977), "A Dança da Morte" (1978), "Sombras da Noite" (contos, 1978), "Zona Morta" (1979), "A Incendiária" (1980), e muitos, muitos outros mais, com a maioria sendo adaptada e transformada em filmes.
Atualmente, Stephen King vive com sua esposa e três filhos em Bangor, no Maine (Estado americano onde a maioria de suas histórias são ambientadas), e com mais de 300 milhões de livros em publicação pelo mundo, ele continua escrevendo e também emprestando seu talento para o cinema, que já possui uma galeria maldita com dezenas de filmes baseados em sua obra.
Em junho de 1999 ele sofreu um grave atropelamento quando caminhava por uma estrada, mas com muito esforço conseguiu recuperar-se e logo escreveu o roteiro da mini-série para a TV "A Casa Adormecida" (Rose Red, 2002) e o livro "O Apanhador de Sonhos" (Dreamcatcher), que transformou-se em filme para o cinema no início de 2003, perpetuando seu legado de horror e felizmente saciando sua legião de fãs sedentos por histórias sobrenaturais.

TOP TEN: (minhas escolhas)











Fonte para a biografia: 



domingo, 27 de novembro de 2011

A Arte de Ser Feliz - Cecilia Meireles



HOUVE um tempo em que a minha janela se abria para um chalé. Na ponta do chalé brilhava um grande ovo de louça azul. Nesse ovo costumava pousar um pombo branco. Ora, nos dias límpidos, quando o céu ficava da mesma cor do ovo de louça, o pombo parecia pousado no ar. Eu era criança, achava essa ilusão maravilhosa e sentia-me completamente feliz.
HOUVE um tempo em que a minha janela dava para um canal. No canal oscilava um barco. Um barco carregado de flores. Para onde iam aquelas flores? Quem as comprava? Em que jarra, em que sala, diante de quem brilhariam, na sua breve existência? E que mãos as tinham criado? E que pessoas iam sorrir de alegria ao recebê- las? Eu não era mais criança, porém a minha alma ficava completamente feliz.
HOUVE um tempo em que minha janela se abria para um terreiro, onde uma vasta mangueira alargava sua copa redonda. À sombra da árvore, numa esteira, passava quase todo o dia sentada uma mulher, cercada de crianças. E contava histórias. Eu não podia ouvir, da altura da janela; e mesmo que a ouvisse, não a entenderia, porque isso foi muito longe, num idioma difícil. Mas as crianças tinham tal expressão no rosto, a às vezes faziam com as mãos arabescos tão compreensíveis, que eu participava do auditório, imaginava os assuntos e suas peripécias e me sentia completamente feliz.
HOUVE um tempo em que a minha janela se abria sobre uma cidade que parecia feita de giz. Perto da janela havia um pequeno jardim seco. Era uma época de estiagem, de terra esfarelada, e o jardim parecia morto. Mas todas as manhãs vinha um pobre homem com um balde e em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas. Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse. E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente feliz.
MAS, quando falo dessas pequenas felicidades certas, que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem, outros que só existem diante das minhas janelas e outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.


VAI – Ivan Ângelo




Quer ir? Vai. Eu não vou segurar. Uma coisa que não dá certo é segurar uma pessoa contra a vontade, apelar para o lado emocional. De um jeito ou de outro isso vira contra a gente mais tarde: não fui porque você não deixou, ou: não fui porque você chorou. Sabe, existem umas harmonias em que é bom a gente não mexer. Estraga a música. Tem a hora dos violinos e tem a hora dos tambores.
            Eu compreendo, compreendo perfeitamente. Olha, e até admito: você muda pra melhor. Fora de brincadeira acho mesmo. Eu sei das minhas limitações, pensei muito nisso quando tava tentando te entender. É, é um defeito meu, considerar as pessoas em primeiro lugar. Concordo. Mas não tem mais jeito, eu sou assim. Paciência.
            Sabe por que eu digo que você muda pra melhor? Ele faz tanta coisa melhor do que eu! Verdade. Tanta coisa que eu não aprendi por falta de tempo, de oportunidade – ora, pra que ficar me justificando? Não aprendi por falta de jeito, de talento, essa é que é a verdade. Eu sei ver as qualidades de uma pessoa, mesmo quando é um homem que vai roubar minha namorada. Roubar não: ganhar.
            Compara. Ele dança muito bem, até chama a atenção. Campeão de natação, anda de bicicleta como um acrobata de circo, é bom de moto, sabe atirar, é fera no volante, caça e acha, monta a cavalo, mete o braço, pesca, veleja, mergulha... Não tem companhia melhor.
            Eu danço mal, você sabe. Não consegui ultrapassar aquela fronteira larga entre a timidez e a ousadia, entre a discrição e o exibicionismo, que separa o mau e o bom bailarinos. Nunca fui muito além daquela fase em que uma amiga compadecida precisava sussurrar no meu ouvido: dois pra lá, dois pra cá.
            Atravessar uma piscina eu atravesso, uma vez, duas talvez, mas três? Menino de cidade, e modesto, não tive córrego nem piscina. É com olhos invejosos que eu o vejo na água, afiado como se tivesse escamas.
            Moto? Meu Deus, quem sou eu. Pra ser bom nisso é preciso ter aquele ar de quem vai passar roncando na frente ou por cima de todo mundo – e esse ar ele tem.
            Montar? É preciso ter essa certeza, que ele tem, de que cavalo foi feito pra ser domado, arreado, freado, ferrado e montado. Eu não tenho. Não tá em mim. Eu ia montar como se pedisse desculpas ao cavalo pelo incômodo, e isso não dá, não pode dar um bom cavaleiro.
            O jeito como ele dirige um carro é humilhante. Já viajei com ele, encolhido e maravilhado. Você conhece o jeitão, essa coisa da velocidade. Não vou ter nunca aquela noção de tempo, a decisão, o domínio que ele tem. Cada um na sua. Eu troquei a volúpia de chegar rapidinho pelo prazer de estar a caminho. No amor também.
            Caçar... Dar um tiro num bicho... Ele tem isso, a certeza de que o homem é o senhor do universo, tudo tá aí pra ele. Quem me dera. Quando penso naquela pelota quente de aço entrando no corpo do bicho, rasgando carne, quebrando ossos... Não, não tenho coragem.
            Aí é que eu tou perdido mesmo, no capítulo da coragem. Ele faz e acontece, já vi. Mas eu? Quantas vezes já levei desaforo pra casa. Levei e levo. Se um cachorro late pra mim na rua, vou lá e mordo ele? Eu não. Mudo de calçada.
            Outra coisa: ele é mais engraçado do que eu. Fala mais alto, ri à vontade, às vezes chama até um pouco a atenção mas... é da idade. Lembra aquela vez que ele levou um urubu e soltou na igreja no casamento do Carlinhos? E aquela vez que ele sujou de cocô de cachorro as maçanetas dos carros estacionados na porta da boate? Lembra que sucesso? Os jornais falaram por dias naquilo. Não  consigo ser engraçado assim. Não tá em mim. Por isso que eu não tenho mágoa. Ele é muito mais divertido. E mais bonito também.
            Vai.
            Olha, não quero dizer que o que eu vou falar agora tenha importância pra você, que possa ter influído na sua decisão, mas ele tem mais dinheiro também, você sabe. Ele tem até, sabe?, aquele ar corajoso dos ricos, aquela confiança de entrar nos lugares. Eu não. Muito cristal me intimida. Os meus lugares são uns escondidos onde o garçom é amigo, o dono me confessa segredos, o cozinheiros acena lá do quadradinho e me reserva o melhor naco. É mais caloroso, mas não compensa o brilho, de jeito nenhum.
            Ele é moderno, decidido. Num restaurante não te oferece primeiro a cedeira, não observa se você tá servida, não oferece mais vinho. Combina, não é?, com um tipo de feminismo. A mulher que se sente, peça o que quiser, sirva-se, chame o garçom quando precisar. Também não procura saber se você tá satisfeita. Eu sei que é assim que se usa agora. Até no amor. Já eu sou meio antigo, ultrapassado, gosto de umas cortesias.
            Também não vou dizer que ele é melhor do que eu em tudo. Isso não. Eu sei por exemplo uns poemas de cor. Li alguns livros, sei fazer papagaios de papel, posso cozinhar uns dois ou três pratos com categoria, tenho certa paciência pra ouvir, sei uma ótima massagem pra dor nas costas, mastigo de boca fechada, levo jeito com crianças, conheço umas orquídeas, tenho facilidade pra descobrir onde colocar umas carícias, minhas camisas são lindas, sei umas coisas de cinema, não bato em mulher.
            E não sou rancoroso. Leva a chave para o caso de querer voltar.
           
           


sábado, 26 de novembro de 2011

Vergonha Nacional



QUE VERGONHA BRASIL!!! “O Cacique Raoni chora ao saber que Dilma liberou o inici...o das construções de Belo Monte. Belo Monte seria maior que o Canal do Panamá, inundando pelo menos 400.000 hectares de floresta, expulsando 40.000 indígenas e populações locais e destruindo o habitat precioso de inúmeras espécies. Tudo isto para criar energia que poderia ser facilmente gerada com maiores investimentos em eficiência energética.” (…)QUEM PODE ME AJUDAR A COMPARTILHAR ESSA IMAGEM? Obrigado Galera de coração!

Ana Carolina – Ensaio de Cores Ao Vivo





“Ensaio de Cores” mistura música e voz da cantora com as telas pintadas por ela mesma. Todo o repertório é executado num formato diferenciado. A banda é formada só por mulheres. A música “Problemas” faz parte da trilha de Fina Estampa.